Efeitos do exercício físico na epilepsia em humanos:

uma revisão sistemática

Autores

  • César Augusto Häfele Licenciado em Educação Física, Pós-graduando na UFPel, Pelotas-RS, Brasil.
  • Matheus Pintanel Freitas Licenciado em Educação Física, Mestre, Pós-graduado na UFPel, Pelotas- -RS, Brasil.
  • Airton José Rombaldi Licenciatura plena em Educação Física, Doutor, Professor Titular da UFPel, Pelotas-RS, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.4181/RNC.2015.23.03.1023.09p

Palavras-chave:

Atividade Motora, Atividade Física, Crise Epiléptica, Manifestações Neurológica

Resumo

Objetivo. Compreender os efeitos de exercícios físicos em indivíduos com epilepsia. Método. Trata-se de uma revisão sistemática das ba­ses de dados PubMed, LILACS, Scopus, Bireme e SciELO, com as palavras-chave: Physical Activity; Physical Exercise; Motor Activity; Epilepsy; Humans. Foram excluídos todos os artigos com amostra menor que cinco pessoas; que não apresentassem no título palavras que indicassem movimento; que indicassem no título e resumo que a amostra possuía alguma doença associada ou fosse composta por ani­mais; ou estudos que não realizaram intervenções. Resultados. Foram encontrados 136 artigos. Após a exclusão dos duplicados e aplicação dos critérios de exclusão restaram nove artigos. Desses, cinco eram experimentais, dois quasi-experimentais e dois ensaios clínicos ran­domizados. Dos cinco estudos que consideraram os efeitos agudos, nenhum relatou indução de crises epilépticas em consequência do exercício. Quando foram analisados os efeitos crônicos, o exercício foi eficaz para melhorar variáveis psicológicas, comportamentais e fi­siológicas. No entanto, a relação crônica entre o exercício físico e a epilepsia não é conclusiva devido ao baixo número e qualidade das publicações. Conclusão. Conclui-se que o exercício físico não é um indutor de crises e pode melhorar aspectos gerais de saúde e qualidade de vida dessas pessoas.

Objetivo. Compreender os efeitos de exercícios físicos em indivíduos com epilepsia. Método. Trata-se de uma revisão sistemática das ba­ses de dados PubMed, LILACS, Scopus, Bireme e SciELO, com as palavras-chave: Physical Activity; Physical Exercise; Motor Activity; Epilepsy; Humans. Foram excluídos todos os artigos com amostra menor que cinco pessoas; que não apresentassem no título palavras que indicassem movimento; que indicassem no título e resumo que a amostra possuía alguma doença associada ou fosse composta por ani­mais; ou estudos que não realizaram intervenções. Resultados. Foram encontrados 136 artigos. Após a exclusão dos duplicados e aplicação dos critérios de exclusão restaram nove artigos. Desses, cinco eram experimentais, dois quasi-experimentais e dois ensaios clínicos ran­domizados. Dos cinco estudos que consideraram os efeitos agudos, nenhum relatou indução de crises epilépticas em consequência do exercício. Quando foram analisados os efeitos crônicos, o exercício foi eficaz para melhorar variáveis psicológicas, comportamentais e fi­siológicas. No entanto, a relação crônica entre o exercício físico e a epilepsia não é conclusiva devido ao baixo número e qualidade das publicações. Conclusão. Conclui-se que o exercício físico não é um indutor de crises e pode melhorar aspectos gerais de saúde e qualidade de vida dessas pessoas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Scott RA, Lhatoo SD, Sander JWAS. The treatment of epilepsy in developing countries: where do we go from here? Bull World Health Organ 2001;79:344- 51.http://dx.doi.org/10.1590/S0042-96862001000400012

GoldmanL, Ausielo D. Cecil Medicine, 23a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, p.3720.

Gilliam F. Optimizing health outcomes in active epilepsy. Neurology 2002;58:9-20. http://dx.doi.org/10.1212/WNL.58.8_suppl_5.S9

Tellez-Zenteno JF, Patten SB, Jetté N, Williams J, Wiebe S. Psychiatric comorbidity in epilepsy: a population-based analysis. Epilepsia 2007;48:2336-44. http://dx.doi.org/10.1111/j.1528-1167.2007.01222.x

Boylan LS, Flint LA, Labovitz DL, Jackson SC, Starner K, Devinsky O. Depression but not seizure frequency predicts quality of life in treatment- -resistant epilepsy. Neurology 2004;62:258-61. http://dx.doi.org/10.1212/01.WNL.0000103282.62353.85

Kanner AM, Schachter SC, Barry JJ, Hersdorffer DC, Mula M, Trimble M, et al. Depression and epilepsy, pain and psychogenic non-epileptic seizures: Clinical and therapeutic perspectives. Epilepsy Behav 2012;24:169-81. http://dx.doi.org/10.1016/j.yebeh.2012.01.008

Pedersen BK, Saltin B. Evidence for prescribing exercise as therapy in chronic disease. Scand J Med Sci Sports 2006;1:3-63. http://dx.doi.org/10.1111/j.1600-0838.2006.00520.x

Steinbrecher A, Erber E, Grandinetti A, Nigg C, Kolonel LN, Maskarinec G. Physical activity and risk of type 2 diabetes among Native Hawaiians, Japanese Americans, and Caucasians: the Multiethnic Cohort. J Phys Act Health 2012;9:634-41.

Carnethon MR, Evans NS, Church TS, Lewis CE, Schreiner PJ, Jacobs JRDR, et al. Joint Associations of physical activity and aerobic fitness on the development of incident hypertension. Am Heart Assoc 2010;56:49-55. http://dx.doi.org/10.1161/HYPERTENSIONAHA.109.147603.

Shiroma EJ, Sesso HD, Lee I-M. Physical activity and weight gain prevention in older men. Int J Obesity 2012;36:1165-9. http://dx.doi.org/10.1038/ijo.2011.266.

Eriksen HR, Bjorn E, Gronningsaeter H, Nakken KO, Loyning Y, Ursin H. Physical exercise in women with intractable epilepsy. Epilepsia 1994;35:1256- 64. http://dx.doi.org/10.1111/j.1528-1157.1994.tb01797.x

Arida RM, Scorza FA, Dos Santos NF, Peres CA, Cavalheiro EA. Effect of physical exercise on seizure occurrence in a model of temporal lobe epilepsy in rats. Epilepsy Res 1999;37:45-52. http://dx.doi.org/10.1016/S0920-1211(99)00032-7

Mcauley JW, Long L, Heise J, Kirby T, Buckworth J, Pitt C, et al. A prospective evaluation of the effects of a 12-Week outpatient exercise program on clinical and behavioral outcomes in patients with epilepsy. Epilepsy Behav 2001;2:592-600. http://dx.doi.org/10.1006/ebeh.2001.0271

Nakken KO, Bjorholt PG, Johannesen SL, Loyning T, Lind E. Effect of physical training on aerobic capacity, seizure occurrence, and serum level of anti epileptic drugs in adults with epilepsy. Epilepsia 1990;31:88-94. http://dx.doi.org/10.1111/j.1528-1157.1990.tb05365.x

Downs SH, Black N. The feasibility of creating a checklist for the assessment of the methodological quality both of randomised and non-randomised studies of healthcare interventions. J Epidemiol Community Health1998;52:377-84.

Camilo F, Scorza FA, Albuquerque M, Vancini RL, Cavalheiro EA, Arida RM. Evaluation of intense physical effort in subjects with temporal lobe epilepsy. Arq Neuropsiquiatr 2009;67:1007-12. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2009000600009

De Lima C, Vancini RL, Arida RM, Guilhoto LMFF, Mello MT, Barreto AT, et al. Physiological and electroencephalographic responses to acute exhaustive physical exercise in people with juvenile e myoclonic epilepsy. Epilepsy Behav 2011;22:718-22. http://dx.doi.org/10.1016/j.yebeh.2011.08.033

Vancini RL, de Lira CA, Scorza FA, Albuquerque M, Sousa BS, Lima C, et al. Cardiorespiratory and electroencephalographic responses to exhaustive acute physical exercise in people with temporal lobe epilepsy. Epilepsy Behav 2010;19:504-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.yebeh.2010.09.007.

Esquivel E, Chaussain M, Plouin P, Ponsot G, Arthuis M. Physical exercise and voluntary hyperventilation in childhood absence epilepsy. Electroencephalogr Clin Neurophysiol 1991;79:127-32. http://dx.doi.org/10.1016/0013- -4694(91)90050-E

Downloads

Publicado

2015-09-30

Como Citar

Häfele, C. A., Freitas, M. P., & Rombaldi, A. J. (2015). Efeitos do exercício físico na epilepsia em humanos:: uma revisão sistemática. Revista Neurociências, 23(3), 328–336. https://doi.org/10.4181/RNC.2015.23.03.1023.09p

Edição

Seção

Artigos Originais
Recebido: 2019-02-12
Publicado: 2015-09-30