Padrões de tratamento modificadores da doença em pacientes com esclerose múltipla: um estudo descritivo sobre o Brasil

Autores

  • Tarso Adoni Hospital Sírio-Libanês, São Paulo, SP, Brazil
  • Fabio Armentano Novartis Biociências S.A, São Paulo, SP, Brazil
  • Francisco Forestiero Novartis Biociências S.A, São Paulo, SP, Brazil
  • Nilceia Lopes Novartis Biociências S.A, São Paulo, SP, Brazil

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2022.v30.13989

Palavras-chave:

Esclerose múltipla, Padrões de tratamento, Sistema Único de Saúde

Resumo

Introdução. A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune que leva à desmielinização do sistema nervoso central, comprometendo suas funções. Embora o curso da EM seja variável, esta é uma doença naturalmente progressiva, que apresenta uma deterioração neurológica acelerada na maioria dos pacientes. Estudos de padrão de tratamento são importantes para compreender a prática e os resultados clínicos do mundo real. Objetivo. Foi descrever os padrões de tratamento de pacientes com EM no sistema público de saúde brasileiro. Método. Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo por meio da análise de dados secundários entre os anos 2008 e 2020. Com a finalidade de comparar a prática clínica com o recomendado pelos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) ao longo dos anos, as análises de tratamento foram fragmentadas em 2008–2014, 2015–2017 e 2018-2020. Os dados foram obtidos do Sistema Único de Saúde, de um banco de dados anônimo (DataSus). Resultados. Os pacientes com EM foram identificados pelo código G35 na Classificação Internacional das Doenças (10ª edição) e 340 (9ª edição). As taxas epidemiológicas foram calculadas por anos, em 2020 a taxa de incidência era de 1,7 por 100.000 habitantes. Conclusão. Em relação aos padrões de tratamento, o interferon beta foi o medicamento de primeira linha prescrito para EM mais comum nos três períodos analisados, seguido do acetato de glatiramer. O glatiramer foi o tratamento de segunda linha mais prescrito apenas no primeiro período extraído (2008-2014).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Owens B. Multiple sclerosis. Nature 2016;540:S1.

https://doi.org/10.1038/540S1a

Gama Pereira ABCN, Sampaio Lacativa MC, Costa Pereira FFC, Papais Alvarenga RM. Prevalence of multiple sclerosis in Brazil: A systematic review. Mult Scler Relat Disord 2015;4:572-9.

https://doi.org/10.1016/j.msard.2015.08.004

Garg N, Smith TW. An update on immunopathogenesis, diagnosis, and treatment of multiple sclerosis. Brain Behav 2015;5:e00362. https://doi.org/10.1002/brb3.362

Højsgaard Chow H, Schreiber K, Magyari M, Ammitzbøll C, Börnsen L, Romme Christensen J, et al. Progressive multiple sclerosis, cognitive function, and quality of life. Brain Behav 2018;8:e00875. https://doi.org/10.1002/brb3.875

Wallin MT, Culpepper WJ, Nichols E, Bhutta ZA, Gebrehiwot TT, Hay SI, et al. Global, regional, and national burden of multiple sclerosis 1990-2016: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016. Lancet Neurol 2019;18:269-85.

https://doi.org/10.1016/S1474-4422(18)30443-5

Federação Internacional de Esclerose Múlipla - MSIF. Atlas da EM 2013. Mapeamento da Esclerose Múltipla no mundo. Toronto: Modern Colour Solutions, 2013. https://www.msif.org/wp-content/uploads/2014/11/Atlas-of-MS-Portuguese-web2.pdf

Lublin FD, Reingold SC, Cohen JA, Cutter GR, Sørensen PS, Thompson AJ, et al. Defining the clinical course of multiple sclerosis: The 2013 revisions. Neurology 2014;83:278.

https://doi.org/10.1212/WNL.0000000000000560

Lucchinetti C, Bruck W. The pathology of primary progressive multiple sclerosis. Mult Scler 2004;10(suppl 1):S23-30.

https://doi.org/10.1191/1352458504ms1027oa

Miljković D, Spasojević I. Multiple sclerosis: molecular mechanisms and therapeutic opportunities. Antioxid Redox Signal 2013;19:2286-334. https://doi.org/10.1089/ars.2012.5068

Conitec. Natalizumabe para tratamento da Esclerose Múltipla RemitenteRecorrente após primeira falha terapêutica. Brasilia: Conitec; 2020. http://antigo-conitec.saude.gov.br/images/Relatorios/2020/Relatorio_INICIAL_natalizumabe_EMRR_CP35_2020.pdf

Polman CH, O’Connor PW, Havrdova E, Hutchinson M, Kappos L, Miller DH, et al. A randomized, placebo-controlled trial of natalizumab for relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med 2006;354:899-910. https://doi.org/10.1056/NEJMoa044397

Cohen JA, Barkhof F, Comi G, Hartung H-P, Khatri BO, Montalban X, et al. Oral fingolimod or intramuscular interferon for relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med 2010;362:402-15. https://doi.org/10.1056/NEJMoa0907839

World Medical Association. World Medical Association Declaration of Helsinki. Ethical principles for medical research involving human subjects. Bull WHO 2001;79:373-4.

https://apps.who.int/iris/handle/10665/268312

Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução no. 510, de 07 de abril de 2016.

http://www.conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf

Ascherio A, Munger KL, Simon KC. Vitamin D and multiple sclerosis. Lancet Neurol 2010;9:599-612. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(10)70086-7

Koch-Henriksen N, Sørensen PS. The changing demographic pattern of multiple sclerosis epidemiology. Lancet Neurol 2010;9:520-32. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(10)70064-8

Ziemssen T, Derfuss T, Stefano N, Giovannoni G, Palavra F, Tomic D, et al. Optimizing treatment success in multiple sclerosis. J Neurol 2016;263:1053-65. https://doi.org/10.1007/s00415-015-7986-y

Kennedy PM. Impact of delayed diagnosis and treatment in clinically isolated syndrome and multiple sclerosis. J Neurosci Nurs 2013;45(6 Suppl 1):S3-13. https://doi.org/10.1097/JNN.0000000000000021

Buijs S, Krol M, De Voer G. Healthcare utilization and costs of multiple sclerosis patients in the Netherlands: a healthcare claims database study. J Comp Eff Res 2018;7:453-62.

https://doi.org/10.2217/cer-2017-0077

Marques VD, Dos Passos GR, Mendes MF, Callegaro D, Lana-Peixoto MA, Comini-Frota ER, et al. Brazilian consensus for the treatment of multiple sclerosis: Brazilian academy of neurology and brazilian committee on treatment and research in multiple sclerosis. Arq Neuropsiquiatr 2018;76:539-54. https://doi.org/10.1590/0004-282X20180078

Reich DS, Lucchinetti CF, Calabresi PA. Multiple Sclerosis. Longo DL, editor. N Engl J Med 2018;378:169-80.

https://doi.org/10.1056/NEJMra1401483

Souza KM, Diniz IM, de Lemos LLP, Ribeiro NG, de Figueiredo Zuppo I, Teodoro JA, et al. Effectiveness of first-line treatment for relapsing-remitting multiple sclerosis in Brazil: A 16-year non-concurrent cohort study. PLoS One 2020;15:e0238476.

https://doi.org/10.1371/journal.pone.0238476

Berrigan LI, Fisk JD, Patten SB, Tremlett H, Wolfson C, Warren S, et al. Health-related quality of life in multiple sclerosis: Direct and indirect effects of comorbidity. Neurology 2016;86:1417-24. https://doi.org/10.1212/WNL.0000000000002564

Ferraro D, Plantone D, Morselli F, Dallari G, Simone AM, Vitetta F, et al. Systematic assessment and characterization of chronic pain in multiple sclerosis patients. Neurol Sci 2018;39:445-53. https://doi.org/10.1007/s10072-017-3217-x

Secretaria de Atenção à Saúde e Ministério da saúde Brasil. Portaria no. 391, de 5 de maio de 2015. Diário Oficial da União; 2015 p.40. https://sintse.tse.jus.br/documentos/2015/Mai/6/para-conhecimento/portaria-no-391-de-5-de-maio-de-2015-aprova-o

Halpern R, Agarwal S, Dembek C, Borton L, Lopez-Bresnahan M. Comparison of adherence and persistence among multiple sclerosis patients treated with disease-modifying therapies: a retrospective administrative claims analysis. Patient Prefer Adherence 2011;5:73-84. https://doi.org/10.2147/PPA.S15702

Evans C, Tam J, Kingwell E, Oger J, Tremlett H. Long-term persistence with the immunomodulatory drugs for multiple sclerosis: a retrospective database study. Clin Ther 2012;34:341-50. https://doi.org/10.1016/j.clinthera.2012.01.006

Visaria J, Thomas N, Gu T, Singer J, Tan H. Understanding the Patient’s Journey in the Diagnosis and Treatment of Multiple Sclerosis in Clinical Practice. Clin Ther 2018;40:926-39. https://doi.org/10.1016/j.clinthera.2018.04.019

Nicholas RS, Heaven ML, Middleton RM, Chevli M, Pulikottil-Jacob R, Jones KH, et al. Personal and societal costs of multiple sclerosis in the UK: A population-based MS Registry study. Mult Scler J - Exp Transl Clin 2020;6:2055217320901727.

https://doi.org/10.1177/2055217320901727

Reynolds MW, Stephen R, Seaman C, Rajagopalan K. Persistence and adherence to disease modifying drugs among patients with multiple sclerosis. Curr Med Res Opin 2010;26:663-74. https://doi.org/10.1185/03007990903554257

Ministério da Saúde. Portaria No 1.505, de 29 de dezembro de 2014. http://farmacia.pe.gov.br/sites/farmacia.saude.pe.gov.br/files/pcdt2014-esclerose-m-ltipla.pdf

CONITEC. Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas Esclerose Múltipla. Brasilia: Conitec; 2019. http://antigo-conitec.saude.gov.br/images/Consultas/2019/Relatorio_PCDT_Esclerose_Multipla_CP03_2019.pdf

CONITEC. Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas Esclerose Múltipla. Brasilia: Conitec; 2018. http://antigo-conitec.saude.gov.br/images/Relatorios/2018/Recomendacao/Relatorio_PCDT_EscleroseMltipla.pdf

Ministério da Saúde. Portaria Conjunta No 7, de 3 de julho de 2019. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/Saes/2019/poc0007_11_07_2019.html

Cerqueira JJ, Compston DAS, Geraldes R, Rosa MM, Schmierer K, Thompson A, et al. Time matters in multiple sclerosis: can early treatment and long-term follow-up ensure everyone benefits from the latest advances in multiple sclerosis? J Neurol Neurosurg Psychiatry 2018;89:844-50. https://doi.org/10.1136/jnnp-2017-317509

Klineova S, Lublin FD. Clinical Course of Multiple Sclerosis. Cold Spring Harb Perspect Med 2018;8:a028928.

https://doi.org/10.1101/cshperspect.a028928

Downloads

Publicado

2022-11-03

Como Citar

Adoni, T. ., Armentano, F. ., Forestiero, F., & Lopes, N. . (2022). Padrões de tratamento modificadores da doença em pacientes com esclerose múltipla: um estudo descritivo sobre o Brasil. Revista Neurociências, 30, 1–22. https://doi.org/10.34024/rnc.2022.v30.13989

Edição

Seção

Artigos Originais
Recebido: 2022-06-13
Aceito: 2022-09-15
Publicado: 2022-11-03