Princípio de compaixão e cuidado

A arte de tratar pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

Autores

  • Marco Orsini Graduando em Medicina - UNIGRANRIO, Professor Pesquisador - UNISUAM
  • Acary Bulle Oliveira Neurologista, Professor Afiliado do Departamento de Neurologia|Neurocirurgia – UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil
  • Carlos HM Reis Neurologista, Hospital Geral da Posse, Nova Iguaçu-RJ, Brasil
  • Marcos RG de Freitas Neurologista, Professor Titular de Neurologia da HUAP, UFF, Niterói-RJ, Brasil
  • Marco Chieia Neurologista, UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil
  • Ana Rosa Airão Neurologista, Professora de Neurologia – UNIGRANRIO, RJ, Brasil
  • Caroline Pinto Pássaro Graduanda em Medicina, UNIGRANRIO, RJ, Brasil
  • Alessandra Pereira Cardoso Médica, Professora Assistente de Medicina – UNIGRANRIO, Rio de Janeiro-RJ, Brasil
  • Ana LM Chiapetta Fonoaudióloga, UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil
  • Marco Antônio Araújo Leite Neurologista, Professor Adjunto de Neurologia – HUAP – UFF
  • Julio Guilherme Silva Fisioterapeuta, Pesquisador – UNISUAM
  • Sara Lúcia Menezes Fisioterapeuta, Pesquisadora - UNISUAM
  • Luciane Bizari Coin de Carvalho Psicóloga, Professora Afiliada da Disciplina de Neurologia da Unifesp, São Paulo-SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2011.v19.8392

Palavras-chave:

Esclerose Lateral Amiotrófica, Doença do Neurônio Motor, Arte

Resumo

Introdução. A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurodegenerativa que cursa com a depleção dos neurônios da ponta anterior da medula espinhal, do tronco cerebral e do feixe piramidal em graus vários. De evolução inexorável e impiedosa, costuma levar a óbito cinco anos após o início das manifestações clínicas. Objetivo. O artigo faz uma crítica provocativa ao modelo de cuidar atual, onde passamos a tratar e gerenciar doenças de pessoas e não de enfermos que circunstancialmente estão doentes. Discussão. Acreditamos que o prestar cuidado na (ELA) é algo muito mais profundo e talentoso do que simplesmente tentar “livrar” esses pacientes de uma incapacidade real. Em vista disso, a relação com o paciente, mesmo em estágio terminal, nunca deixará de ser uma interação intersubjetiva experimentada por duas pessoas e, por mais assimétrica que seja somente será eficaz se for conduzida com acolhimento, escuta-resposta e esperança de cura para o que padece dessa maldita e intrigante doença. Conclusão. Devemos resgatar a arte de cuidar, pois é ela que ainda nos faz acreditar na existência do amor e compaixão em nossa espécie.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Salis VD. Paidéia: Para formar um homem “Obra de Arte, Ético e Criador” no século XXI ou Os doze trabalhos de Hércules para o caminho do herói em busca da eternidade. São Paulo: Transformarte, 2002, 169p. 2.Orsini M, Melo-Reis CH. O descarnar provocado pelas doenças do neurônio motor. Rev Bras Neurol 2009;45:7.

Oliveira ASB, Pereira RDB. Esclerose lateral amiotrófica (ELA): três letras que mudam a vida de uma pessoa. Para sempre. Arq Neuropsiquiatr 2009;67:750-82. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2009000400040

Siqueira JE. Ética e tecnociência: uma abordagem segundo o princípio da responsabilidade de Hans Jonas. Londrina: Editora UEL, 1998, 120p.

Filho JM. Clinical Bioethics – Caring for People. Rev Bras Reumatol 2008;48:31-3.

Gillard JP. O médico do futuro: para uma nova lógica médica. Lisboa: Instituto Piaget, 1995, 115p.

Loch JÁ. Como analisar conlitos em Bioética Clínica. In: Urban CAU. Bioética clínica. Rio de Janeiro: Revinter, 2003, 78p.

Hardiman O, Hickey A, O’Donerty LJ. Physical decline and quality of life in amyotrophic lateral sclerosis. ALS Motor Neuron Dis 2004;5:230-4.

Williams MT, Donnelly JP, Holmlund T, Battaglia M. ALS: Family caregiver needs and quality of life. Amyotr Lat Scler 2008;9:279-86. http://dx.doi.org/10.1080/17482960801934148

Freud S. Uma dificuldade no caminho da psicanálise. In: Edição Standard das Obras Completas de Sigmund Freud. vol.XVII. Rio de Janeiro: Ed. Imago, 1974, 115p.

Vaz AC. Intervenção Precoce: os Impasses da Clínica Interdisciplinar. In: Publicação Técnico-Cientìfica Cadernos Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Pestalozzi, 2000, 57p.

WHO Definition of Palliative Care (Endereço na Internet). Geneva: World Health Organization (WHO) (atualizado em: 11/2009; acessado em: 02/2006). Disponivel em: http://www.who.int/cancer/palliative/definition/en

Calman K. Ethical issues. In: Doyle D, Hanks G, Cherny N, Camon K. Oxford Textbook of Palliative Medicine. 3rd Ed. Oxford: Unvierity Press; 2005, p.53-7.

Davies E, Higginson IJ. The solid facts palliative care. Washington: World Health Organization, 2004, 34p.

Araújo MMT, Silva MJP. Communication with dying patients: perception of ICU nurses in Brazil. J Clin Nurs 2004;13:143-9. http://dx.doi.org/10.1046/j.1365-2702.2003.00862.x

Damas KCA, Munari DB, Siqueira KM. Cuidando do cuidador: reflexões sobre o aprendizado dessa habilidade. Revista Eletrônica de Enfermagem, 2004;06:272-8.

Pires PR. Hélio Pellegrino (Perfis do Rio). A paixão indignada. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, 106p.

de la Cuerda RC, Collado-Vázquez S. Deficiencia, discapacidad, neurología y arte. Rev Neurol 2010;51:108-16.

Budrys V. Neurological eponyms derived from literature and visual art. Eur Neurol 2005;53:171-8. http://dx.doi.org/10.1159/000086150

Downloads

Publicado

2011-06-30

Edição

Seção

Texto de Opinião

Como Citar

Princípio de compaixão e cuidado: A arte de tratar pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). (2011). Revista Neurociências, 19(2), 382-390. https://doi.org/10.34024/rnc.2011.v19.8392