Penélope e seu kéos na nova Odisseia de Margaret Atwood

Autores

  • Lorena Lopes da Costa Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.34024/herodoto.2022.v7.14816

Palavras-chave:

Odisseia, Penélope, Recepção de clássicos, Recepção feminista

Resumo

Este trabalho analisa a poesia épica antiga utilizada pela (e na) literatura contemporânea para a constituição de um tradição histórico-ficcional da feminilidade. Tal análise pretende desvendar um caso de recepção e a forma como ele funciona, uma vez que a recepção é um procedimento que cobre vastas possibilidades. Aqui, ela se dá dentro da literatura feminista com foco em Penélope - uma personagem que poderia ser vista enquanto uma alegoria da teoria da recepção como sugerido por Vanda Zajko (2011: 195) –, na releitura da Odisseia, The Penelopiad de Margaret Atwood (2005). Atwood usa uma conhecida história para examinar a avaliação que Penélope faz do próprio comportamento em relação à fama. Desejosa de uma boa reputação, a mulher que espera pacientemente por seu marido parece ainda ter medo de sua voz e de seu kléos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Lorena Lopes da Costa, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora Adjunta de História Antiga na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutora (2016), mestre (2012) e licenciada (2009) em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Realizou o doutorado sob orientação do Prof. José Antonio Dabdab Trabulsi, com período de doutorado-sanduíche de um ano (2015) sob a orientação do Prof. François Hartog, na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS - Paris), bem como um ano (2013-2014) de estágio doutoral sob a orientação do Prof. Pierre Ellinger, na Université Paris VII - Denis Diderot. No doutorado, pensou o herói grego e sua recepção, em contextos de guerra, examinando os usos do passado na tragédia grega e no romance francês. No mestrado, sob orientação da Profa. Heloísa Starling, investigou as relações entre história e literatura a partir do Grande Sertão: Veredas. Atualmente, dá continuidade à pesquisa sobre sobre o herói grego e os procedimentos de recepção e resposta à tradição heroica grega na literatura de João Guimarães Rosa. Atua na área de História Antiga; Estudos de recepção; Historiografia Antiga. Interessa-se pelas relações entre História e Ficção; Historiografia Antiga; Literatura e língua grega; Literatura Brasileira. Participa de: Laboratório de História Antiga (Lhia - UFRJ); Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC); Antiguidade e Modernidade: História Antiga e Usos do Passado (UFPR/ UNIFESP); International Network for Theory of History (INTH); Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia (SBTHH); Núcleo Interdisciplinar de Estudos Teóricos (NIET). (Texto informado pelo autor)

Referências

ANDÚJAR, Rosa. The Greek Trilogy of Luis Alfaro: Electricidad, Oedipus El Rey, Mojada. London: Bloomsbury Academic, 2020.

ASSUNÇÃO, Teodoro Rennó. Nota crítica à “bela morte” vernantiana. Classica. São Paulo, v. VII/ VIII, 1994-1995. p. 53-62.

ATWOOD, Margaret. The Penelopiad. Edinburgh; New York; Melbourne: Canongate, 2005.

ATWOOD, Margaret. The Penelopiad: The Play. London: Faber and Faber, 2007.

BRAUND, Susanna. ‘We’re here too, the ones without names.’ A study of female voices as imagined by Margaret Atwood, Carol Ann Duffy, and Marguerite Yourcenar. Classical Receptions Journal, V. 4, 2012, p. 190-208.

COLLINS, Shannon Carpenter. Setting the stories straight: A reading of Margaret Atwood’s The Penelopiad. Carson-Newman Studies, 11, 2006, p. 57-66.

DE JONG, Irene. A narratological commentary on the Odyssey. Cambridge, UK; New York: Cambridge University Press, 2001.

DETIENNE, Marcel. Qui veut prendre la parole ? Paris : Éditions du Seuil / Collection Le genre humain, 2003.

FLETCHER, Judith. J. Women’s space and wingless words in the Odyssey. Phoenix, 62, 2008, p. 77-91.

HALL, Edith. The Return of Ulysses. London and New York: I. B. Tauris, 2008.

HARDWICK, Lorna. Reception Studies. Oxford: Oxford University Press, 2003.

HAUSER, Emily. ‘There is another story’: writing after the Odyssey in Margaret Atwood’s The Penelopiad. Classical Receptions Journal, v. 10, 2018, p. 109-126.

KARAKANTZA, Effimia. Odysseia or Penelopeia? Mètis. Anthropologie des mondes grecs anciens, v. 12, 1997, p. 161-179.

LORAUX, Nicole. Notes sur un impossible sujet de l'histoire. Les cahiers du Grif, 37/38, 1988, p. 113-124.

MARTINDALE, Charles; THOMAS, Richard. Classics and the uses of reception. Oxford: Blackwell Publishing, 2006.

MARTINDALE, Charles. Redeeming the text: Latin poetry and the hermeneutics of reception. New York: Cambridge University Press, 1993.

NAGY, Gregory. Comparative Studies in Greek and Indie Meter. Harvard Studies in Comparative Literature, 33, 1974, p. 229-261.

OLSON, Douglas. Blood and iron: stories and storytelling in Homer’s Odyssey. Leiden; New York: E. J. Brill, 1995.

NIETZSCHE, Friedrich. Untimely Meditations. Edited by Daniel Breazeale. Translated by R. J. Hollingdale. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.

SEGAL, Charles. Kleos and its Ironies in the Odyssey. L’Antiquité Classique, 52, 1983, p. 22-47.

PERALTA, Danel Padilla. Crises of Democracy at Columbia: Weaponizing the Classics (2019) Available at: https://www.youtube.com/watch?v=vjBs49285wM&t=1401s (Accessed 29 April 2021).

PERALTA, Danel Padilla. Darkness Visible: The hounted house of classics (2020). Available at: https://www.youtube.com/watch?v=sqbJl71H1t0&t=2921s (Accessed 26 April 2021).

PERALTA, Danel Padilla. Why “Why Classics”?, (2021) Available at: https://classics.stanford.edu/dan-el-padilla-peralta-why-why-classics. (Accessed 27 April 2021).

POSER, Rachel. He Wants to Save Classics From Whiteness. Can the Field Survive? The New York Times, February 2 (2021). Available at : https://www.nytimes.com/2021/02/02/magazine/classics-greece-rome-whiteness.html (Accessed 27 April 2021).

RABINOWITZ, Nancy Sorkin; RICHLIN, Amy (eds.). Feminist Theory and the Classics. New York; London: Routledge, 1993.

SUZUKI, Mihoko. Rewriting the "Odyssey" in the Twenty-First Century: Mary Zimmerman's "Odyssey" and Margaret Atwood's "Penelopiad". College Literature, v. 34, 2007, p. 263-278.

VERNANT, Jean-Pierre. La belle mort et le cadavre outragé. In: VERNANT, J.-P. L'individu, la mort, l'amour. Soi-même et l'autre en Grèce Ancienne. Paris : Éditions Gallimard, 1989.

ZAJKO, Vanda. ‘What difference as made?’: Feminist Models of Reception. In: HARDWICK, Lorna; STRAY, Christopher (eds). A Companion to Classical Receptions. Oxford: John Wiley & Sons, 2011, p. 169-217.

John Roddam Spencer Stanhope, Penelope, 1849 https://www.sothebys.com/en/articles/the-patience-of-penelope-pre-raphaelite-muse

Publicado

2023-02-13

Como Citar

Costa, L. L. da. (2023). Penélope e seu kéos na nova Odisseia de Margaret Atwood. Heródoto: Revista Do Grupo De Estudos E Pesquisas Sobre a Antiguidade Clássica E Suas Conexões Afro-asiáticas, 7(1), 75–90. https://doi.org/10.34024/herodoto.2022.v7.14816