A noção da doença na tradição religiosa grega, egípcia antiga e na cultura sererê sine contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.34024/herodoto.2020.v5.12834Palavras-chave:
Doença, Magia, Bruxaria, Água, Medicina, PlantasResumo
Nesse artigo se encontra enunciado o princípio de continuidade e de entrecruzamento de civilizações no que tange às questões médicas e da saúde. De fato, face à doença, nascem, com frequência, intenções e teorias de princípios relativos às leis naturais ou sobrenaturais. Na etiologia como na medicação, o pensamento médico racional deixa, por vezes, espaço não apenas às interpretações irracionais sobre a noção de “doença”, bastante disseminadas nas crenças populares, mas igualmente às práticas terapêuticas mágico-religiosas. A Grécia Antiga, o Egito Antigo e o Sine[1] atual não foram poupados desse processo, pois nessas civilizações se observa de maneira notória a presença de uma mentalidade popular que proclama com convicção o caráter sagrado, divino ou até mesmo demoníaco da doença. A intervenção das divindades na origem ou o tratamento da doença, o uso da magia na medicina e a necessidade de aplicar outros tratamentos que revelem o oculto constituíram, em grande parte, o pensamento religioso grego e egípcio antigos e constituem, ainda em nossos dias, as características do pensamento entre certos povos da África.
[1] Região localizada ao longo da costa do delta de Saloum no Senegal, ao norte da Gâmbia e ao sul da Petite Côte, onde a maioria da população é sererê.
Downloads
Métricas
Referências
Referências bibliográficas
AELIUS, Aristide. Discours Sacrés : rêve, religion, médecine au IIe siècle après Jésus Christ, introduction et traduction par A. J. Festugière, Paris, Macula, 1986.
Anthologie Palatine, t. III, livre VI, 330, texte établi et traduit par Pierre Waltz, Paris, Les Belles Lettres, 1931.
BA GNING, Sadio; SANDBERG, John. Tomber malade et en guérir sans aller au dispensaire. La place des réseaux sociaux dans les représentations de la maladie et de la guérison en milieu rural sereer. In: Niakhar, mémoires et perspectives. Recherches pluridisciplinaires sur le changement en Afrique. Marseille et Dakar, Éditions de l’IRD et L’Harmattan Sénégal, 2018, p. 295-309.
DIOUF, Pierre M. H. ; DIOUF, Benjamin. Pratiques rituelles et croyances populaires en Egypte antique, en Grèce ancienne et dans le Sine actuel. In: Revue des sciences humaines et des civilisations africaines, FoloFolo N° Juin 2020, Université Alassane Ouattara, Bouaké, 2020, p. 102-117.
DOUILLOT Laetitia ; DELAUNAY, Valérie. Les causes probables des décès (1989-2009). In: Niakhar, mémoires et perspectives. Recherches pluridisciplinaires sur le changement en Afrique. Marseille et Dakar, Éditions de l’IRD et L’Harmattan Sénégal, 2018, p. 171 -179.
EURIPIDE. Hippolyte, v. 141-148, texte établi et traduit par Louis Méridier, Paris, Les Belles Lettres, 1956.
FONTANILLE, M.-T. Les villes d'eau. Chapitre I : Les bains dans la médecine gréco-romaine. In: Revue archéologique du Centre de la France. Tome 21, fascicule 2, 1982.
GOYON, Jean-Claude. L'eau dans la médecine pharaonique et copte. In: L'homme et l'eau en Méditerranée et au Proche-Orient.I. Séminaire de recherche 1979-1980, Lyon, Maison de l'Orient et de la Méditerranée Jean Pouilloux, 1981, p. 143-150.
GRAVRAND, H., Le symbolisme serer. In: Psychopathologie africaine, 1973, IX, 2, p. 237-265.
HOMERE. Iliade, I, v 43-53, t. I, texte établi et traduit par Paul Mazon avec la collaboration de Pierre Chantraine, Paul Collart et René Langumier, Paris, Les Belles Lettres, 1961.
HOMERE. Odyssée, IX, 411, t. II, texte établi et traduit par Victor Bérard, Paris, Les Belles Lettres, 1974.
JOST, M. Aspects de la vie religieuse en Grèce : du début du Ve siècle à la fin du IIIe siècle av. J.-C., Paris, SEDES, 1992.
KASAS S. Importants centres médicaux de l’Antiquité – Épidaure et Corinthe -. Quand la médecine était encore divine, Athènes, Éditions Kasas, 1979.
MARGANNE, M.H. Inventaire analytique des papyrus grecs de médecine, Genève, Droz, 1981.
PLATON. Lois, X, 909e, texte établi et traduit par A. Diès, Paris, Les Belles Lettres, 1956.

Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Heródoto: Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Antiguidade Clássica e suas Conexões Afro-asiáticas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob aLicença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).