“Não mudou quase nada”: ética ordinária e formas de vida em tempos pandêmicos
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Resumo
Neste artigo, apresentamos as narrativas de uma família de pessoas brancas, de camadas médias, moradoras do Sul do
Brasil, em torno do cotidiano de suas relações familiares em tempos de pandemia da covid-19, salientando as infraestruturas de cuidado no espaço doméstico e a pertinência da noção de ética ordinária, desenvolvida por Veena Das, a qual não está baseada em princípios ou valores morais universais, mas parte das experiências e problemas reais de pessoas em seu cotidiano. Levando em conta tais aspectos, é possível perceber o trabalho invisível e invisibilizado da manutenção da vida ordinária na convivência de três gerações na mesma casa, suas estratégias momentâneas utilizadas no cenário da urgência sanitária provocado pela pandemia do novo coronavírus e os entrelaçamentos entre o ordinário e o extraordinário. De outro lado, diferenciações de gênero, idade, raça e classe, que recortam as relações do cuidado, são observadas enquanto dispositivos pelos quais se constituem as formas de vidas. Inspiradas pelos argumentos de Veena Das sobre a fundamental conexão entre a ética ordinária com as formas de vida, ressaltamos o espaço doméstico não apenas como estrutura fundamental do cuidado no cenário brasileiro de vulnerabilidade social e política, mas também como elemento ativo gerador das formas de vida.
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