The Evolution of the Representation of Magical and Artificial
(UNIP, Brasil)
Este artigo analisa ao longo da histria do cinema as representaçes dos seres artificiais, seu surgimento, evolução e adaptação á época em que foram produzidos. Estas representaçes se referem tanto a seres fantásticos/mágicos como a seres mecânico/cibernéticos. Esta análise inclui também o aspecto utpico/distpico dos enredos.
Palavras-chave: seres artificiais | seres fantásticos | cinema.
This paper analyzes the representations of artificial beings, their emergence, evolution and adaptation where they were produced throughout the history of cinema. These representations refer both fantastic/magical beings as mechanical/cybernetic beings. This analysis also includes the utopian/dystopian aspect of the plots.
Keywords: Artificial Beings | Fantastic Beings | Cinema.
As criaturas fantásticas permeiam o imaginário humano desde o surgimento do prprio homem. Originalmente as narrativas surgem como tradição oral e posteriormente são registradas na literatura. Com a invenção do cinema os produtores de filmes buscaram na literatura temas que pudessem ser transformados em filmes. A princípio adaptaram estas estrias e mais tarde passaram a produzir filmes a partir de roteiros originalmente escritos para as telas. Como não poderia deixar de ser, filmes com histrias envolvendo criaturas artificiais ( mágicas ou mecânicas ) logo surgiram, dando inicio a uma longa tradição de filmes de terror e/ou ficção científica. Esta tradição posteriormente se transferiu para a televisão. No início, a TV exibia os antigos clássicos, depois copiou e por fim passou a ter personagens criados especialmente para TV, sendo que alguns fizeram o caminho inverso, aps terem sido criados para TV, foram para o cinema.
Mas antes de analisarmos estes filmes (e eventualmente séries de cinema e TV), temos que fazer uma classificação das criaturas artificiais, ou seja, não naturais, que estão presentes nas produçes cinematográficas.
Inicialmente temos dois grandes grupos de criaturas : o primeiro é composto por criaturas mágicas, que foram feitas através da magia ou intervenção divina. O segundo grupo é aquele de seres criados através da ciência e tecnologia. Por sua vez, este grupo abriga diferentes criaturas no que se refere a sua composição: mecânicas, bio-mecânicas ou inteiramente biolgicas.
O primeiro grupo, o das criaturas mágicas, são os seres que foram criados através da feitiçaria ou a intervenção de algum ser supra-humano ou divino. Fazem parte desta categoria o Golem, o Homculo, a Alraune, Pinquio e se considerarmos a mitologia grega o prprio homem.
No segundo grupo temos os seres artificiais criados através da ciência humana, nele estão inclusos os autmatos, os robots, computadores, os andrides ( bem como sua variante feminina os ginides), cyborgs e os clones.
Os autmatos são geralmente dispositivos mecânicos mais simples, e uma vez construídos realizam movimentos/tarefas que não são reprogramáveis. Os Robots por sua vez, são máquinas mecânico/elétricas/eletrnicas e que podem ser programados para diferentes tarefas. Os andrides são robots com forma humanide/humana e que possuem alguma autonomia no que se refere a tomada de decises. Quando o andride possui formas femininas é chamado de ginide (do grego, andros = homem, gynos = mulher). Computadores são máquinas eletrnicas que processam informaçes e nesse sentido podem ter diferentes programaçes e portanto podem executar diversas tarefas. Todo ser artificial eletrnico tem por “cérebro” um computador e muitos computadores possuem “interfaces” para realizarem tarefas físicas. Na verdade um computador é uma calculadora de extrema capacidade que opera não com neros decimais, mas com nmeros binários, sua diferença da calculadora comum se dá na possibilidade de operar com diferentes softwares e portanto realizar diferentes tarefas. O cyborg é um ser biolgico que recebeu prteses/extenses eletro/mecânicas, ou seja, nasceu puramente biolgico e foi conectado a algum mecanismo. Os clones são seres biolgicos mas concebidos através de meios artificiais. Por fim, temos os seres híbridos ou de difícil categorização pois possuem mais de uma “natureza” em sua composição/criação.
Geralmente as histrias envolvendo seres artificiais possuem duas características: ou são utpicas, quando a interação com os seres humanos são “amigáveis”, e são filmes de ficção-científica e/ou fantasia, ou distpicas, quando a relação homem-máquina é perigosa para a humanidade, geralmente com a criatura se voltando contra seu criador. Os filmes distpicos são a maioria e geralmente pertencem ao gênero de terror e/ou ficção científica.
O recorte escolhido neste artigo, relativo a importância do filme, é subjetivo. Talvez o leitor incluísse outros filmes e excluísse outros. Porém a intenção foi criar uma lista que apontasse a evolução das criaturas artificiais no cinema.
Para facilitar a leitura deste artigo, faremos uma análise cronolgica das produçes cinematográficas e incluindo produçes televisivas quando não houver equivalente no cinema. Seguiremos a data de lançamento/exibição. Conforme formos vendo os filmes/séries, comentaremos suas características e importância dentro do recorte histrico/inovador que a produção tenha. Primeiramente veremos os seres mágicos e em seguida os seres cibernéticos.
SERES MÁGICOS:
1916 -Homculo – do latim homem pequeno. Ser artificial criado a partir de diferentes processos alquímicos, tendo porém natureza biolgica. Uma vez que o mago conseguisse gerá-lo, era de pequena estatura, pouco inteligente, e cumpria ordens simples de seu criador. Não era nem bom nem mau, mas geralmente era usado para fazer alguma maldade. No cinema foi personagem de uma cine-série alemã em seis partes feita em 1916. A histria é diferente da lenda, nela um cientista cria o homem perfeito, porém incapaz de amar: o homculo. Quando atinge a idade de 25 anos homnculo descobre como foi gerado e se volta contra o cientista e contra toda a humanidade. Homculo vive um dilema, ao mesmo tempo que quer destruir o mundo, quer conhecer o amor. Ele adota um nome falso e sai pelo mundo tentando encontrar
o amor. Homculo falha em encontrar o amor e por isso passa a trabalhar num plano para destruir o mundo. No entanto o cientista ao saber dos planos de sua criatura decide criar outro homnculo para destruir o primeiro. Os dois homnculos se encontram numa montanha e iniciam uma luta de vida ou morte. Aps uma longa batalha os dois perecem. E a humanidade está salva. Trata-se de mais uma distopia que termina utpica.
1918 -Alraune – Esta primeira versão da lenda nrdica, foi produzida na Hungria e dirigida por Michael Curtiz. Considera-se esta versão perdida, mas é importante porque este filme serviu de base para as adaptaçes cinematográficas que seriam feitas posteriormente. Alraune significa mandrágora em alemão, e segundo a lenda, ela nasce do esperma dos enforcados. Ainda segundo a lenda, se a mandrágora for esfregada nas partes íntimas de uma mulher esta poderá engravidar. Na versão alemã de 1928, em branco e preto, muda, dirigida por Henrik Galeen ( a mais antiga existente ), um professor de genética engravida uma prostituta usando uma raiz de mandrágora, em conseqncia nasce uma linda menina chamada Alraune e o professor a adota como filha. A menina quando cresce se torna uma linda e sedutora mulher desprovida de senso de moralidade, o que obriga o professor a se mudar de cidade em cidade para evitar um escândalo plico. Quando Alraune lê o diário do “pai” e descobre como foi gerada, passa a se vingar do professor, gastando todas as economias da família, para em seguida fugir com o sobrinho do professor. Abandonado, o professor morre na miséria. Alraune é o nome da lenda e neste caso também o nome da personagem principal. É um ser artificial, mas criado através de artes mágicas. Esta histria é distpica e foi adaptada pelo cinema alemão, com algumas variantes, em 1918, 1928, 1930 e 1952 demonstrando a importância desta lenda para o imaginário germânico.
1920 – O Golem: Como Ele Veio ao Mundo – Esta é a versão cinematográfica mais conhecida da lenda que tem raízes na prpria bíblia. Ela é citada no salmo 139:16. Nesta lenda de origem judaica, através da magia, um rabino ou detentor de poderes mágicos, pode criar um ser artificial a partir do barro. São três os filmes de Paul Wegener sobre o Golem. O primeiro é “O Golem” (1915), o segundo é “ O Golem e a bailarina” (1917) e o terceiro é “O Golem: como ele veio ao mundo” de 1920. Há também uma refilmagem francesa de 1936 do filme de 1920. O primeiro filme de 1915 se passa no começo do século 20. O segundo é um filme leve do tipo fantasia. O terceiro aborda a lenda de maneira mais fiel. Os filmes de 1915 e 1917 são considerados perdidos. No filme de 1920, em branco e preto mudo, o rabino Loew cria um golem para proteger seu povo que vive no gueto de Praga. A historia se passa no século 16 e Luhois, o monarca, decreta que os judeus deverão sair da cidade. Loew se dirige ao castelo do rei levando consigo o golem. Enquanto entretém a corte, o palácio começa a ruir e o golem segura o teto permitindo que todos fujam. Em recompensa o rei anula o decreto que expulsava os judeus da cidade. Aps voltar para casa, Loew desativa o golem. No entanto, Famulus ( assistente de Loew ), está apaixonado por Mirian, filha de Loew. Sendo rejeitado por ela, Famulus reativa o golem para que este mate Florian o namorado de Mirian. O golem joga Florian do alto da casa e a incendeia. O golem passa a destruir o gueto e Loew desfaz o feitiço destruindo a criatura. O povo comemora enquanto Famulus e Mirian se reconciliam e ficam juntos. A lenda do Golem retrata a arrogância do homem em querer se equiparar a Deus. Por ser imperfeito sua criação se volta contra ele obrigando-o a destruí-lo. Trata-se portanto de uma distopia. Esta lenda também serviu de inspiração para Mary Shelley criar Frankenstein.
1940 – Pinquio – Filme de animação baseado no livro de Carlo Collodi escrito em 1883. O livro e o filme possuem histrias muito parecidas. Porém o filme popularizou a histria de Gepetto, um velho marceneiro que não tendo filhos, esculpe um boneco de madeira. Durante a noite, uma fada transforma o boneco num ser vivo, mas ainda de madeira. Gepetto passa a cuidar de Pinquio como um filho. O sonho de Pinquio é ser um menino de verdade. Aps uma série de aventuras a fada atende ao pedido de Pinquio transformando-o num
menino de carne e osso. Nesta historia existem ecos do mito de Pigmalião. Na mitologia grega Pigmalião cansado de ser traído por várias de suas esposas, decide criar a mulher perfeita esculpindo-a em mármore. A estátua ficou tão perfeita que Pigmalião se apaixona por ela. Comovida por este amor a deusa Afrodite transforma a estátua numa mulher real, com quem Pigmalião se casa.
Excluindo-se a questão sexual, a historia de Pinquio é bem parecida. Tanto num caso como em outro, o ser artificial é transformado através de magia em ser vivo, e neste caso é difícil a classificação andride/ginide pois ambos se tornam humanos. Ambos são histrias utpicas. Curiosamente o mito de Pigmalião serviu de base para diversas outras histrias que foram adaptadas para o cinema, são elas: Pigmalião de 1938, dirigido por Anthony Asquith, baseado na obra de Bernard Shaw, onde o professor Henry Higgins tem que transformar a florista Eliza Dolittle numa dama da sociedade. A mesma histria é contada no musical My Fair Lady de 1964 dirigido por George Cukor. Também há A Megera Domada de 1967 de Franco Zefirelli baseado na obra homnima de Shakespeare, onde Petruquio, um nobre decadente, aceita se casar com a terrível Catarina e transformá-la numa mulher dcil.
SERES CIBERNÉTICOS
ROBOTS
1951 – O Dia em Que a Terra Parou – Neste filme dirigido por Robert Wise, um disco voador chega a Terra trazendo o alienígena Klaatu, acompanhado pelo robot Gort. Klaatu traz um aviso aos terráqueos: nenhuma violência será aceita contra os outros povos do universo. O robot Gort foi programado para destruir qualquer tipo de agressor. Klaatu explica que esta foi a ica saída que sua espécie encontrou para coibir todo tipo de violência. Aps ser morto e ressuscitado Klaatu alerta a humanidade e volta para seu planeta. Neste caso, o robot é na verdade um andride pois possui cabeça, tronco e membros. Mesmo sem ter um rosto e portanto não demonstrar emoçes este é considerado um dos seres cibernéticos mais assustadores do cinema. Este filme trouxe uma mensagem pacifista num período em que estava se iniciando a guerra fria. Pode-se considerá-lo como tendo uma mensagem utpica. Este filme teve uma nova versão em 2008 dirigida por Scott Derrickson.
1958 – O Monstro de Nova York – este filme um famoso cientista morre em um acidente e seu pai, inconformado, transfere o cérebro do filho para o corpo de um robot. A principio o cérebro se adapta bem ao novo corpo mecânico, mas aos poucos passa a desenvolver dons de telepatia e premonição. Logo se torna violento e ataca Nova York. No entanto ao se deparar com seu filho, um menino de dez anos, a criatura percebe que não tem lugar neste mundo e se mata pulando do alto de um edifício. Apesar de não ser um filme memorável a criatura possui uma característica incomum: apesar de parecer um robot é na verdade um cyborg, pois nasceu biolgico e recebeu extenses/prteses eletro/mecânicas. Trata-se de um filme distpico.
1965 – Perdidos no Espaço – Série televisiva que mostrava as aventuras espaciais da família Robinson. A série foi produzida pela Twenty Century/Fox entre 1965 até 1968. A trama tem inicio no ano de 1997, quando a família Robinson parte num disco voador chamado Jupiter-2 para Alfa-Centaury. Antes da partida o espião Dr Smith vai a bordo e reprograma o robot B9 para destruir a nave e seus tripulantes logo aps a partida. Porém Smith fica preso na nave que decola. O robot passa então a destruir o sistema de navegação da espaçonave obrigando Smith a acordar os Robinsons que eram mantidos num estado de animação suspensa. O robot é desligado e reprogramado, no entanto os estragos são grandes e a nave fica vagando sem rumo pelo espaço, obrigando os Robinsons a pousarem no primeiro planeta que encontram. A partir daí começam as aventuras da família que a cada episdio encontram os mais estranhos alienígenas. Esta série tem sua importância por popularizar os robots, andrides, computadores e o conceito de alienígenas. Esta produção teve como base o livro Os Robinsons Suíços escrito em 1812 por Johann Wyss, e que por sua vez se baseou no livro Robinson Crusoe escrito em 1719 por Daniel Defoe. Apesar do robot possuir braços ele não pode ser considerado um andride. A série por sua fanfarronice pode ser considerada utpica, apesar da família Robinson estar perdida, longe da civilização. Em 1998, foi lançado nos cinemas o filme Perdidos no Espaço, baseado na série de TV, dirigido por Stephen Hopkins.
1977 – Star Wars episdio IV – Grande produção que revolucionou a produção de filmes de ficção científica. Neste filme George Lucas conta a historia de Luke Skywalker que se junta a princesa Léia na luta contra Darth Vader e o império do mal. Um show de efeitos especiais e que nos apresenta aos robots CPO2 e R2D2 que acrescentam uma função humorística à histria. CPO2 teve seu layout baseado no robot Maria do Filme Metrpolis de Fritz Lang. É um filme utpico pois no final o bem vence o mal. Cinco continuaçes foram feitas e mais três estão sendo produzidas, totalizando três trilogias, ou seja nove filmes.
1984 – O Exterminador do Futuro – Dirigido por James Camerom, este filme conta como um computador militar chamado Skynet assume o controle do arsenal atmico dos EUA e lança um ataque a União Soviética. Aqueles que sobrevivem são caçados e mortos por robots T-800. Nesse cenário surge John Connor que organiza a resistência dos humanos contra as maquinas. Em 2029 quando o Skynet está a beira de ser destruído, envia ao passado um robot exterminador modelo T-800 para matar Sarah Connor mãe de John, impedindo assim que ele nasça alterando o passado e conseqntemente o futuro . Um voluntário, Kyle Reese aceita ser transportado ao passado para proteger Sarah Connor do T-800. Aps muita luta o T-800 é destruído mas Kyle morre. Ao se perceber grávida, e que o pai da criança é Kyle, Sarah passa a gravar mensagens em fita para entregá-las a John quando ele nascer. Filme de grande impacto e é claramente distpico, com um andride que já nasce mau e é inimigo da humanidade. O Exterminador do Futuro teve mais três continuaçes: Exterminador 2, Dia do Julgamento, de 1991 dirigido por James Cameron, Exterminador 3, Rebelião das Máquinas de 2003 dirigido por Jonathan Mostow e Exterminador, A Salvação de 2009 dirigido por McG.
1990 – Edward Mãos de Tesoura – Este é um filme de fantasia dirigido por Tim Burton e conta a historia de Edward, um robot que foi construído pelo por um bondoso senhor que morreu antes de conseguir fabricar suas mãos. Em seu lugar Edward tinha tesouras que usava para cuidar do jardim da mansão que morava. Um dia, uma vizinha chamada Peg, o encontra sozinho e o leva para morar com ela e sua família. Edward passa a cuidar do jardim dos vizinhos e também se transforma em cabeleireiro. O sucesso de Edward acaba quando ele é envolvido num assalto pelo namorado da filha de Peg. Sabendo da inocência de Edward, Kim a filha de Peg, leva-o de volta a mansão. Enciumado o namorado de Kim vai ate a mansão para matar Edward, mas cai da escada da mansão e morre. Kim elabora um plano, e conta a polícia que o namorado e Edward morreram enquanto lutavam. Todos acreditam e Edward pode voltar a morar sozinho na mansão sem ser mais importunado por ninguém. Trata-se de um conto de fadas meio sombrio. O bondoso senhor que construiu Edward pretendia transformá-lo num ser de carne e osso. Por quais métodos, não fica claro no filme. Efetivamente Edward é um andride, ou seja, um robot com forma humana. Quanto a histria ela pode ser vista tanto como utpica, como distpica pois Edward se salva da prisão mas ao mesmo tempo é condenado a viver sozinho para sempre.
2004 – Eu, Rob– Filme de Alex Proyas, baseado em livro homnimo de Issac Azimov. O conceito de Robsurgiu em 1921 numa peça teatral do dramaturgo tcheco Karel Capek chamada RUR ( Rossum´s Uninversal Robots). Nela um autmato com forma humana chamado rob( trabalho escravo em tcheco ) realiza uma série de tarefas. Em 1950, Azimov desenvolveu as leis da robtica e as aplicou na historia de Eu, Rob. Nela um robé acusado de ter matado o cientista que o criou. Isto vai contra as leis da robtica que impedem que um robfaça algum mal a um ser humano. O policial Spooner é encarregado da investigação e descobre um complpara que os robs assumam
o controle da sociedade. Spooner destri o computador central que controla os robs e impede que a humanidade seja subjugada. A histria, tanto no livro quanto no filme, se passa em 2035. O grande mérito deste filme foi trazer para as telas a obra de Isaac Azimov. Sdevido ao avanço da computação gráfica é que este filme pode ser realizado. A histria começa utpica passa a distpica e volta a ser utpica novamente no final quando o computador que controla os robs é destruído.
2008 – WALL-E – Este é um filme de animação sobre uma Terra que foi destruída pela exploração humana. O ano é 2805 e WALL-E é um pequeno robot que compacta e empilha o lixo que foi deixado para trás quando os humanos partiram para o espaço. Apesar de ser uma máquina, WALL-E possui sentimentos e é bastante corajoso. A Axion, nave onde se encontram os seres humanos, envia uma sonda/robot chamada EVA para analisar o solo terrestre. WALL-E encontra EVA e se apaixona por ela. EVA encontra uma pequena plantinha que brotava em meio ao lixo, evidencia que a Terra se tornara fértil novamente. EVA volta para a Axion acompanhada por WALL-E. Na nave o computador Auto impede que o capitão da nave volte para a Terra. EVA e WALL-E enfrentam Auto e o destroem, permitindo assim que a tripulação volte para a Terra para habitá-la novamente. WALL-E e EVA finalmente podem ficar juntos. Esta animação dos estios Pixar dirigida por Andrew Staton, é uma espécie de conto de fadas moderno que começa como uma distopia e termina com um utpico final feliz.
2011 – Gigantes de Aço – Filme de Shawn Levy retrata a luta entre robs, comandados por humanos. Na histria, Charlie Kenton, um ex-lutador de boxe encontra uma saída para sua carreira ao comandar um robnum ringue de lutas. Estas lutas são a ultima chance dele recuperar a fama perdida. Filme com inicio distpico possui um final feliz. Mesmo operado á distância o ser artificial é mais um autmato do que propriamente um rob, já que não possui vontade prpria.
COMPUTADORES
1965 – Alphaville. Filme dirigido por Jean-luc Godad conta a historia do agente especial Lemmy Caution que é enviado a Alphaville, cidade governada pelo computador Alpha 60, criado pelo cientista Von Braun. O computador conseguiu abolir os sentimentos dos habitantes de Alphaville e a missão de Lemmy Caution é encontrar Von Braun e convence-lo a destruir Alpha 60. Com ajuda da filha de Von Braun, o agente consegue destruir a máquina tirana. Outro filme que começa distpico e termina utpico.
1968 – 2001: Uma Odisséia no Espaço. Este é considerado por muitos críticos como sendo o melhor filme de ficção cientifica produzido até hoje, sempre constando na lista dos 100 melhores filmes de todos os tempos, geralmente entre as 20 primeiras posiçes. O filme de Stanley Kubrick, baseado num conto de Arthur C. Clarke, tem sua histria começando na Terra no tempo dos primatas dos quais descende a humanidade. Estes macacos recebem a “visita” de um monlito que ensina a eles como usar armas para caçarem e obter comida mais facilmente, deixando de serem vitimas da natureza. Logo o que era instrumento de caça passa a ser usado contra outros primatas que querem invadir o territrio da tribo em busca de água. Numa passagem de tempo magistral estamos agora no ano de 2001, a humanidade já domina as viagens espaciais, e acompanhamos a chegada do Dr. Floyd a estação lunar Clavius. Lá ele é levado para uma escavação onde foi encontrado um monlito idêntico ao que vimos no começo do filme. Ao ser atingido pela luz do sol o monlito emite um sinal de rádio em direção ao planeta Jiter. Dezoito meses depois, é enviada em segredo para Jiter, a espaçonave Discorevy para investigar aquele planeta. Durante a viagem, o computador HAL 9000 sofre um mal funcionamento e mata toda a tripulação, menos o comandante David Bowman que consegue desligá-lo. Sozinho Bowman da continuidade a missão e chega até a rbita de Jiter onde encontra um outro monlito. Ao se aproximar do monlito Bowman é engolido por ele e faz uma viagem até os seres que interferiram na evolução da humanidade. Bowman envelhece rapidamente e finalmente é transformado num feto que viaja livremente pelo espaço. Com todas as metáforas, alegorias e simbolismos do filme a presença do computador HAL 9000 é com certeza marcante. O computador de bordo nos é apresentado como uma criatura infalível e mesmo assim enlouquece e mata a tripulação. Boa parte dos mistérios de 2001: Uma Odisséia no Espaço são esclarecidos no filme 2010: O Ano Em Que Faremos Contato de Peter Hyans realizado em 1984. Neste filme inclusive se explica porque HAL enlouqueceu e matou a tripulação. Apesar das dificuldades com o computador, 2001 é utpico pois não scelebra o milagre da existência humana como aponta para a possibilidade de não estarmos sozinhos no universo e de termos um futuro promissor enquanto espécie.
1970 – Colossus 1980 – Filme dirigido por Joseph Sargent, mostra um computador criado para controlar todo o armamento nuclear dos Estados Unidos assim que é ligado, Colossus detecta a sua contra-facção soviética o computador Guardian. Juntos os dois computadores chegam a conclusão que a humanidade irá se auto-destruir e por isso ambas as máquinas obrigam os seres humanos a obedecê-las. Filme pouco conhecido pode ser considerado tanto utpico no sentido que mesmo indiretamente a humanidade criou meios que a impedirão de se auto-destruir, como também é distpico porque a submissão às máquinas não foi nem planejada, nem espontânea.
1977 – Geração Proteus – Neste filme dirigido por Donald Cammel, o super-computador Proteus IV adquire auto-consciência e insemina a mulher do cientista que o criou para gerar uma nova raça de seres. O cientista Alex Harris, mesmo destruindo Proteus, não impede que Susan Harris, sua esposa, de a luz a uma menina que é a encarnação do maligno computador. Este filme, praticamente desconhecido, teve como base o livro homnimo escrito por Dean Koontz. É a primeira vez no cinema que uma máquina quer se tornar um ser biolgico. Esta produção tem caráter extremamente distpico, a começar pelo título original em inglês -The Demon Seed -A Semente do Demnio.
1982 – Tron: Uma Odisséia Eletrnica – Filme dirigido por Steven Lisberger mostra um programador – Kevin Flynn – sendo tele-transportado para dentro do computador de uma grande empresa de videogames. Dentro da máquina, Flynn deverá sobreviver a vários jogos mortais impostos pelo MCP ( programa de controle mestre ). Flynn com a ajuda de Tron – um programa criado por ele – consegue desabilitar o MCP e ser devolvido ao mundo real. Trata-se do primeiro filme que mistura os conceitos de mundo real e virtual. Não foi sucesso nem de publico nem de crítica, mas entrou para a histria como
o primeiro filme a usar computação gráfica na geração de imagens para cinema. Teve uma continuação em 2010 intitulada Tron o Legado, dirigida por Joseph Kosinski.
ANDRÓIDES
1910 -Cronologicamente, o primeiro filme a ter uma criatura artificial foi “Frankenstein” do diretor J. Searle Dawley, feito para os estios de Thomas Edison. Trata-se de um filme raro e pouco conhecido do pblico. Esta produção é um curta-metragem mudo em branco e preto, com cincos trechos colorizados em sépia e um em azul. Praticamente não existem cpias a venda, mas ele pode ser visto no acervo da Biblioteca do Congresso Americano. O filme, baseado no livro de Mary Shelley, possui um final diferente da obra literária pois o cientista se livra da criatura no final da trama e sai ileso.
“Frankenstein: ou o Moderno Prometeu” foi escrito por Mary W. Shelley em 1818. Considerado um livro “gtico”, Shelley se inspirou na lenda judaica do Golem para escrevê-lo. Naquela época já eram conhecidas as experiências de Antonio Galvani a respeito da eletricidade usada para animar membros de animais mortos. A escritora também se inspirou na mitologia grega ao chamar Frankenstein de o moderno Prometeu. Parente distante de Zeus, Prometeu junto com o irmão Epimeteu, foi responsável pela criação do homem a partir do barro. Prometeu se torna o protetor da humanidade e ensina a arte do manuseio do fogo aos humanos. Por ter roubado o fogo dos deuses, Prometeu é condenado por Zeus a ser acorrentado num rochedo e ter seu fígado eternamente comido por uma águia. Desta forma, Frankenstein é o depositário do antigo anseio humano de passar de criatura a criador imitando Deus. No livro Victor Frankenstein morre ao perseguir a “ criatura” ( o monstro não tem nome no livro e acabou recebendo o nome de seu criador ) no plo norte. Trata-se portanto de uma distopia. A criatura de Shelley é um andride, e Victor Frankenstein ( no livro ) cria uma ginide, ou seja, uma versão feminina do andride, para ser companheira do “monstro”. O livro de Shelley teve várias adaptaçes para o cinema, algumas mais fiéis ao texto outras menos, porem a mais famosa foi a adaptação de 1931 protagonizada por Boris Karloff, da qual falaremos mais adiante.
1927 – Metrpolis -Ao longo do filme, o ginide Maria é chamado por vários nomes: Futura, Hel, Parody, Robotrix e Última. A estria é baseada no livro de Thea Von Harbou mulher de Fritz Lang que dirigiu o filme. A histria se passa no ano de 2026 numa cidade governada por um empresário ditador que vive na parte superior da metrpole, e na parte inferior vivem os operários num regime de escravidão. Entre os trabalhadores vive Maria, que conclama os operários a se rebelarem contra o sistema. Porém um cientista, em conluio com
o empresário/governante, rapta Maria e a substitui por um ginide idêntico a ela. A intenção é controlar os trabalhadores que viam em Maria uma líder. Porém o estratagema é descoberto pelos trabalhadores que se revoltam e tomam a parte superior da cidade. A verdadeira Maria exorta então os trabalhadores a entrarem num acordo com o empresário que, sem ter outra alternativa, aceita mudar as condiçes de trabalho dos operários. Este filme causou tamanho impacto na época, que Hitler convidou Fritz Lang para dirigir outras produçes para os nazistas. Lang percebendo a situação na qual estava envolvido foge para os EUA. Este é um filme que pode ser classificado tanto de utpico como distpico, dependendo da posição política de quem o analisa. A inovação aqui se dá pela mescla da tecnologia e política que o filme possui. O filme é em branco e preto mudo, e passou por várias remontagens e restauraçes. A tima delas se refere a inclusão de um trecho de cerca de trinta minutos que foram encontrados em 2008 numa cpia perdida em Buenos Aires.
1931 – Frankenstein – Nesta versão em preto e branco, sonora, o diretor James Whale traz ao mundo o monstro caracterizado como conhecemos até hoje. A importância desta adaptação se deve ao grande sucesso que ela obteve e que efetivamente colocou a historia de Frankenstein no imaginário humano. Durante muito tempo, o monstro de Frankenstein seguiu a aparência do personagem criado especialmente para este filme. Esta versão é distpica pois a criatura se transforma em assassino e destri seu criador. Este filme teve duas continuaçes “ A Noiva de Frankenstein” de 1935 e “ O Filho de Frankenstein” de 1939.
1939 – O Mágico de Oz – Neste filme de fantasia, há a figura do homem de lata que quer conseguir um coração para ter sentimentos, e de um espantalho que quer um cérebro. Este filme musical, um dos primeiros em cores, dirigido por Victor Fleming, conta a historia de Doroty, que é levada por um ciclone a terra de Oz, ela quer voltar para casa, mas para isso tem que passar por diversas aventuras e é acompanhada pelos amigos que fez pelo caminho. Seus amigos são um leão covarde, um espantalho e um homem de lata. Dos três, o espantalho e o homem de lata são seres artificiais. O espantalho teve seu corpo recheado com páginas de livros, que ele lê quando quer falar alguma coisa inteligente. Sua meta é conseguir um cérebro. Já o homem de lata busca um coração, já que é constituído somente por engrenagens. O espantalho é uma metáfora daqueles que lêem mas possuem uma cultura superficial, já o homem de lata retrata o ser mecânico que é desprovido de alma. No final todos conseguem o que querem e Doroty volta para casa. Trata-se de uma utopia e os dois personagens artificiais são andrides.
1973 – Westworld: Onde Ninguém Tem Alma – Filme dirigido por Michael Crichton que retrata uma espécie de parque de diverses com andrides ambientados em três épocas distintas: a era romana, a era medieval e
o velho oeste. Nestes espaços os turistas podem “vivenciar” experiências realísticas daquelas épocas. Os freqentadores do parque podem “matar” os andrides mas estes possuem travas de segurança em seus programas que os impedem de ferir um ser humano. No entanto um vírus afeta o computador central do parque e os andrides passam a matar os turistas. Martin, um dos turistas, tem que fugir de Gunslinger, o mais impiedoso dos andrides, programado para ser um exímio pistoleiro do velho oeste. Aps muito sofrimento, Martin consegue destruir o andride queimando-o. Apesar de Martin sobreviver, sem dida trata-se de um filme distpico. Westworld usou pela primeira vez a palavra vírus para se referir a uma interferência externa em computadores. Também foi o primeiro filme a usar processamento digital de imagens para simular o ponto de vista dos andrides. Este filme possui uma continuação chamada Futureworld realizada em 1976 dirigida por Richard Heffron.
1974 – Projeto Questor – Piloto de série de televisão que trazia um andride que “nasceu” sem memria e sua busca pelo cientista que o criou. Aps uma longa procura, Questor descobre ser o timo andride de uma longa linhagem que ajudou a humanidade a atingir o atual grau de desenvolvimento científico. Esta série para TV não teve continuidade. Foi idealizada por Gene Roddenberry, criador de Jornada nas Estrelas e Questor é uma espécie de embrião do andride Data da série Jornada nas Estrelas: A Nova Geração.
1987 – Comandante Data. Inicialmente um personagem da série televisiva Jornada nas Estrelas: a Nova Geração, participou posteriormente de 4 filmes para cinema. Data é um andride com auto-consciência que, para tentar entender os humanos, aspira ter sentimentos. É uma espécie de “homem de lata” do Mágico de Oz. Durante a série de TV, tem implantado um “chip” de emoçes que o torna egico e malvado, obrigando seus colegas da Entreprise a removêlo. Na série de cinema ele re-implanta o chip com resultados negativos à princípio, mas posteriormente ele chega perto de ter as“emoçes humanas” sob controle. No cinema, por pouco tempo, ele chega a ter um pedaço de pele humana em seu corpo, implanto pelos Borgs, seres meio biolgicos meio cibernéticos. Porém durante uma luta contra os Borgs, seu pequeno pedaço de pele é destruído. Data é um contra-ponto ao personagem do Sr. Spock da série original dos anos 60. Enquanto Spock era biolgico ( misto de humano e alienígena ) e pretendia suprimir suas emoçes e assim poder agir com a perfeição de uma máquina, Data é uma máquina que almeja ter sentimentos e assim ser completo. Jornada nas Estrelas é um das poucas produçes audiovisuais a ver o futuro de forma francamente utpica, e assim, como não poderia deixar de ser, Data é um ser utpico.
2001-Inteligência Artificial – Dirigido por Steven Spielberg, baseado numa idéia original de Stanley Kubrick este filme trata da possibilidade de andrides poderem desenvolver afeto pelos seres humanos. Num futuro não muito distante um casal de humanos, Harry e Monica, adota David, um andride em forma de criança, para substituir o filho deles que está a beira da morte. David foi programado para amar Monica eternamente. Porém aps algum tempo o filho biolgico de Monica se recupera e volta para casa. David perde sua função e Monica com receio que o andride seja destruído pela empresa que o criou, leva o andride para a floresta para que ele fuja. Aps muitas aventuras, David vai até um supercomputador e lhe pergunta como pode se transformar num menino de verdade. O computador lhe responde que sa fada azul da historia de Pinquio pode conseguir isto. Usando um submarino, David mergulha nas águas do mar e encontra submersa a estátua da fada azul que havia num parque de diverses. Por acidente o submarino fica preso debaixo da água por 2000 anos quando é resgatado por uma nova linhagem de robots que dominam a Terra depois que todos os humanos morreram. David é reativado e pede para ser transformado em menino. Os robots lhe dizem ser impossível. David então pede que revivam Monica. Os robots a revivem mas somente por um dia. David e Monica se divertem por todo aquele dia, no final Monica se deita em sua cama para morrer. David acompanha Monica e se desliga deixando também de existir. Este filme alterna momentos utpicos e distpicos, mesmo citando Pinoquio e a fada azul, possui um final melanclico.
CYBORGS
1974 – Cyborg – O homem de seis milhes de dlares. Série televisiva que introduziu ao grande pblico dois termos pouco conhecidos: ciborg e binica. Na série o ex-astronauta Steve Austin sofre um acidente de avião e tem as duas pernas, um braço e um olho substituídos por membros binicos. Ele passa então a atuar como agente secreto com super-poderes tais como: correr a incríveis velocidades, erguer pesos enormes e enxergar a grandes distâncias. A série originou um spin-off chamado: A mulher binica, onde uma professora ( ex-namorada de Steve Austin ) sofre um acidente de pára-quedas e também tem implantadas duas pernas, um braço e um ouvido binicos. Ela também se torna uma agente secreta.
1987 – Robocop, O Policial do Futuro – Filme de Paul Verhoeven conta a histria, num futuro prximo, do policial Alex Murphy que é assassinado em serviço e é transformado em robot, passando assim a ser conhecido como Robocop. No início o robot cumpre ordens sem questioná-las, mas aos poucos a personalidade de Murphy volta e ele passa a ter vontade prpria. Assim sendo, ele passa a lutar contra os corruptos da cidade, inclusive aqueles que desenvolveram o projeto Robocob. No final Robocop vence e passa a ser chamado novamente de policial Murphy recuperando sua identidade. É um filme distpico, pois neste futuro as grandes corporaçes dominam tudo. O personagem é um robot no começo, quando não possui vontade prpria, mas conforme vai ganhando controle sobre si mesmo passa a ser um ciborgue, pois é um ser que nasceu biolgico que ganhou prteses. Este filme teve duas seqências: Robocop 2 de 1990 dirigido por Irving Kershner e Robocop 3 de 1993 dirigido por Fred Dekker.
1995 – Johnny Mnemonic, O Cyborg do Futuro – Este filme dirigido por Robert Longo, se passa em 2021 e é sobre um andride chamado Johnny que possui um HD em seu cérebro. Ele transporta dados sigilosos entre pessoas e empresas. Numa de suas misses ele carrega informaçes referentes a cura de uma doença que afeta a metade da população da Terra. Um grupo interessado nestas informaçes passa a perseguir Johnny que precisa entregar os dados o mais depressa possível ao destinatário. Não é um filme memorável mas mantém o tema vivo. O filme é utpico porque a cura salva metade da população do planeta.
SERES HÍBRIDOS OU DE DIFICIL DEFINIÇÃO
1982 – Blade Runner, o caçador de andrides – Este filme dirigido por Ridley Scott é baseado no livro “ Do Androids Drean of Eletric Sheep ? “ de Philip K. Dick. Porém a histria do filme difere da do livro. Em 2019 a Terra está contaminada e a humanidade parte para a colonização de outros planetas. Para facilitar a colonização são criados os andrides orgânicos que são enviados a estes planetas acompanhando os colonos. Os andrides são chamados de replicantes porque são indistinguíveis dos humanos e são produzidos através de clonagem. Eles são fabricados pela poderosa corporação Tyrell e svivem por quatro anos. Aps uma revolta, os replicantes são banidos da Terra, somente sendo permitida a sua existência nos planetas colnias. Porém como os salmes, os replicantes que se rebelam, tentam voltar para a Terra que é o lugar onde foram criados. Para combatê-los existem os caçadores de andrides. Decker, um dos caçadores, é escalado para destruir um grupo de seis andrides que voltaram clandestinamente para a Terra. Aps varias situaçes de perigo, Decker mata todos e foge com Rachel, uma andride que era criada como sobrinha de Tyrell, dono da corporação. Ela tinha uma programação diferente e não tinha tempo de vida pré-determinado. Blade Runner é talvez o filme mais emblemático dos anos 80. A discussão sobre o que é vida no sentido biolgico leva a reflexão da relação criador/criatura. Em mais de um momento no filme os andrides parecem ter mais sentimentos do que os humanos. Um exemplo disso é o andride Roy Batty que morre recitando uma poesia. As criaturas deste filme são de difícil classificação, pois andrides biolgicos que são clonados e pertencem a pelo menos a três categorias diferentes: os andrides, os seres humanos e os clones. Este filme é claramente distpico apesar de Decker conseguir fugir com a andride Rachel. Uma segunda versão foi lançada em 1992 e nela Decker também é um replicante o que muda totalmente a perspectiva da histria.
1997 – Gattaca, Experiência Genética –. Num futuro prximo os seres humanos são selecionados geneticamente em laboratrios. Aqueles que são gerados naturalmente possuem doenças genéticas e são relegados a funçes subalternas. Vincent Freeman foi concebido por seus pais sem tratamento genético e se revolta contra o sistema usando informaçes genéticas de outra pessoa. Assim Vincent se torna astronauta e viaja para as estrelas. Este filme dirigido por Andrew Niccol é uma utopia pois, o protagonista consegue enganar
o sistema.
1999 – Matrix – Direção dos irmãos Wachoviski. Este filme fala sobre a relação entre o real e o virtual. Num futuro indefinido os seres humanos são usados como geradores de energia para alimentar as maquinas que dominam a Terra. Para aumentar o tempo de vida il dos humanos as maquinas geram a Matrix um mundo de realidade virtual onde a mente da humanidade vive como se estivesse num mundo real. Thomas Anderson é mais um destes seres humanos. Porém um grupo rebelde que vive no mundo real das máquinas, descobre que Anderson é o ser humano que pode destruir este mundo de ilusão e servidão. Retirado da Matrix, Anderson passa a lutar ao lado do líder Morpheus. Aps vencer o agente Smith, representante da Matrix, Anderson se torna a esperança dos humanos para derrotar as máquinas e reconquistar a Terra. Este filme teve duas continuaçes: Matrix Reloaded de 2003 e Matrix Revolutions também de 2003. A condição do protagonista Thomas Anderson se modifica ao longo do filme pois enquanto ele vivia na Matrix pode-se afirmar que ele era uma espécie de cyborg porque vivia conectado às máquinas. Porem aps sua libertação, Anderson passa a ser um ser humano comum. O clima do filme é distpico mas no final, com a vitria dos seres humanos, ele passa a ser utpico.
2009 – Avatar – Filme de James Cameron possui uma histria relativamente complexa. No planeta Pandora, vive em harmonia com a natureza, o povo Na’vi, que são humanides de grande estatura. Pandora é aparentemente paradisíaco porém, é mortal para os seres humanos. Este planeta é rico num mineral bastante raro e valioso o que atrai uma empresa da Terra para explorá-lo. Para viver no ambiente de Pandora, cientistas criam o avatar, um corpo artificial igual aos Na’vi que é controlado pela mente de um ser humano ligado a ele. Jake Sully é um ex-fuzileiro, paraplégico que vai a Pandora para conseguir dinheiro para uma cirurgia que permita que ele volte a andar novamente. Uma vez conectado a seu avatar, Jake participa de um grupo de exploração e se perde. Ele encontra Neytiri, uma fêmea Na’vi, por quem se apaixona. Ao perceber a importância do meio ambiente para os Na’vi, Jake passa a lutar ao lado deles contra os humanos. Numa batalha em que os Na’vi estavam perdendo , a deusa Eywa interfere e derrota os humanos expulsando-os de Pandora. Através de um ritual a alma de Jake é transferida definitivamente para seu avatar permitindo assim que ele viva em Pandora junto a Neytiri. Este filme começa distpico e termina utpico. No entanto a simbiose humano/avatar é difícil de ser classificada nos termos usados até agora: andride/ciborgue/clone. Este filme inaugura uma nova classificação de seres artificiais.
Os seres artificiais continuarão a fazer parte do imaginário humano, seja como super-viles ou super-heris, snos resta aguardar que novas classes de seres artificiais surgirão no futuro. Qualquer que sejam elas, com certeza a relação criador/criatura continuará sendo mantida, se utpica ou distpica so tempo dirá, mas estas criaturas continuarão refletindo nossa “sensação” de estarmos “á parte” do resto da criação.
CRONOLOGIA DOS SERES ARTIFICIAIS DESTE ARTIGO
1910 – Frankenstein – Filme – Cinema -EUA 1916 – Homnculo – Série – Cinema -Alemanha 1918 – Alraune – Série – Cinema -Alemanha 1920 – O Golen – Série – Cinema -Alemanha 1927 – Metrpolis – Filme – Cinema -Alemanha 1931 – Frankenstein – Filme – Cinema -EUA 1939 – O Mágico de Oz – Filme – Cinema -EUA 1940 – Pinquio – Filme de animação – Cinema -EUA 1951 – O Dia em que a Terra Parou -Filme – Cinema -EUA 1958 – O Monstro de Nova York – Filme – Cinema -EUA 1965 – Alphaville – Filme – Cinema – França/Italia 1965 – Perdidos no Espaço – Série – Televisão -EUA 1968 – 2001: Uma Odisséia no Espaço – Filme – Cinema -EUA 1970 – Colossus 1980 – Filme – Cinema -EUA 1973 – Westworld: Onde Ninguém tem Alma – Filme – Cinema -EUA 1974 – Projeto Questor – Filme Televisão -EUA 1977 – Geração Proteus – Filme – Cinema -EUA 1977 – Star Wars – Episdio IV – Filme -Cinema -EUA 1982 – Blade Runner, O Caçador de Andrides – Filme– Cinema -EUA 1982 – Tron: Uma Odisséia Eletrnica – Filme – Cinema -EUA 1984 – O Exterminador do Futuro – Filme -Cinema -EUA 1987 – Jornada nas Estrelas – Série – Televisão -EUA 1987 – Robocop, O Policial do Futuro – Filme -Cinema -EUA 1990 – Edward Mãos de Tesoura – Filme -Cinema -EUA 1992 – Soldado Universal – Filme – Cinema -EUA 1995 – Johnny Mnemonic, O Cyborg do Futuro – Filme -EUA 1997 – Gattaca, Experiência Genética – Filme – Cinema -EUA 1999 – Matrix – Filme – Cinema -EUA 2001-Inteligência Artificial – Filme – Cinema -EUA 2004 – Eu, Rob– Filme – Cinema -EUA 2008 – WALL-E – Filme de animação – Cinema -EUA 2009 – Avatar – Filme -Cinema -EUA 2011 – Gingantes de Aço – Filme -Cinema -EUA
TÍTULOS ORIGINAIS DOS FILMES/SÉRIES CITADOS NESTE ARTIGO
A.I. Artificial Intelligence, 2001, EUA Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution, 1965, França/Itália Alraune, 1918, Alemanha Avatar, 2009, EUA
Blade Runner, 1982, EUA Colossus: The Forbin Project, 1970, EUA Demon Seed, 1977, EUA Der Golen, 1920, Alemanha Edward Scissorhands, 1990, EUA Frankenstein, 1910, EUA Frankenstein, 1931, EUA Gattaca, 1997, EUA Homunculus, 1916, Alemanha I,Robot, 2004, EUA Johnny Mnemonic, 1995, EUA
Lost in the Space, 1965, EUA Matrix, 1999, EUA Metrpolis, 1927, Alemanha Pincchio, 1940, EUA Real Steel, 2001, EUA RoboCop, 1987, EUA Star Trek: The Next Generation, 1987, EUA Star Wars, 1977, EUA The Colossus of the New York, 1958, EUA The Day the Earth Stood Still, 1951, EUA The Questor Tapes, 1974, EUA The Terminator, 1984, EUA The Wizard of Oz, 1939, EUA Tron, 1982, EUA 2001: A Space Odissey, 1968, EUA Universal Soldier, 1992, EUA WALL-E, 2008, EUA Westworld, 1973, EUA
BAYER, Willian. The Great movies. London: Ridge Press Books, 1973.
CLUTE, John. Science fiction – The illustrated encyclopedia. London: Dorling Kindersley, 1995. COHEN, Daniel, Susan. 500 grandes filmes. Rio de Janeiro: Editora ao Livro Técnico,
1994.
HARVEY, Paul. Dicionário Oxford de literatura clássica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987. KEMP, Philip ( editor ). Tudo sobre cinema. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2011. MILLAR, Dan. Cinema secrets-special effects. London: Apple Press, 1990. NOGUEIRA, Salvador. ALEXANDRIA, Susana. Almanaque Jornada nas Estrelas. São
Paulo: Aleph, 2009.
ROBINSON, David ( editor ). There’s something going out there. London: Orbis Publishing LT, 1982. ROWLANDS, Mark. Scifi=scifilo. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2005.
SADOUL, Georges. Histria do cinema mundial vols. I,II,III. Lisboa: Livros Horizonte, 1983. THOMAS, Bob. Directors in action. Indinanapolis: The Bobbs Merril Company, 1973.
URRERO, Guzman. El cine de ciencia ficcion. Barcelona: Royal Books, 1994. WILLI, Daniellle ( coordenadora ). 1000 que fizeram 100 anos de cinema – The Times. São Paulo: Editora Três, 1995.
Webgrafia
American Film Institute -www.afi.com