Pinturas parietais, narrativa e imaginação

Uma investigação sobre a relação entre imagem e ambiente em tempos pré-coloniais no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/prometeica.2024.29.15206

Palavras-chave:

Walter Benjamin, teoria da imagem, narrativas em imagens rupestres, aura na arte rupestre

Resumo

Neste trabalho investigamos a natureza da imagem tendo como objeto empírico os registros rupestres de tempos pré-coloniais localizados na região da Serra do Cipó, Estado de Minas Gerais, Brasil. Tradicionalmente estudadas pela ciencia arqueológica que interpreta tais imagens com o rigor metodológico e as teorías que lhe embasam, neste trabalho propomos analisá-las como resultante de uma triangulação entre corpo, meio e ambiente, tendo como horizonte teórico a Antropología da Imagem, de Hans Belting, e a Teoria da Cultura, de Ivan Bystrina. Essa triangulação revelou que tais imagens, em sua relação de proximidade e distancia com o observador, possuem um valor de culto. Ou seja, mais que representações, essas pinturas articulavam sonhos e imaginações plasmadas na parede da rocha sob a forma de narrativas.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

  • Ana Elisa Antunes Viviani, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    Graduei-me em História pela Universidade de São Paulo (1994), onde também fiz meu mestrado em Ciências da Comunicação (2007). Fiz meu doutorado no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Minha pesquisa sobre imagens rupestres teve como base a Semiótica da Cultura e a Teoria da Imagem. Participei do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura como diretora no período de 2018 a 2022. Atualmente faço estágio de pós-doutoramento na Universidade de Sorocaba. 

  • Norval Baitello, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    NORVAL BAITELLO JUNIOR É DOUTOR EM COMUNICAÇÃO PELA FREIE UNIVERSITÄT BERLIN . PROFESSOR TITULAR NA PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SAO PAULO. DIRETOR DO ARQUIVO VILÉM FLUSSER SÃO PAULO. FOI DIRETOR DA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E FILOSOFIA DA PUC-SP, TENDO CRIADO OS CURSOS DE COMUNICAÇÃO E ARTES DO CORPO E COMUNICAÇÃO EM MULTIMEIOS. FOI PROFESSOR CONVIDADO DAS UNIVERSIDADES DE VIENA, SEVILHA, S. PETERSBURG, AUTÓNOMA DE BARCELONA E ÉVORA. LIVROS MAIS RECENTES: A SERPENTE, A MAÇÃ E O HOLOGRAMA (2010), LA ERA DE LA ICONOFAGIA (SEVILHA, 2008) , FLUSSERS VÖLLEREI (A GULA DE FLUSSER) (KÖLN, 2007), O PENSAMENTO SENTADO. SOBRE CLÚTEOS, CADEIRAS E IMAGENS (S. LEOPOLDO,2012) e Emoção e imaginação (org) (S. Paulo, 2014), A ERA DA ICONOFAGIA (S. PAULO,2014), A carta, o abismo, o beijo (SP,2018) e SAPIENTIA -.Uma arqueologia de saberes esquecidos(org) (SP 2018), EXISTÊNCIAS PENDURADAS. SELFIES, RETRATOS E OUTROS PENDURICALHOS (S. LEOPOLDO 2019); A FOTOGRAFIA E O VERME (S. PAULO, 2021). DE 2007 a 2016 FOI COORDENADOR DA ÁREA DE COMUNICAÇÃO E CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO (CHS II) DA FAPESP. RECEBEU O PRÊMIO "MATURIDADE ACADÊMICA" DA INTERCOM EM 2015.

Referências

Baeta, A M. (2011). Os grafismos rupestres e suas unidades estilísticas no Carste de Lagoa Santa e Serra do Cipó - MG. [Tese de doutorado]. Museu de Arqueologia e Etnologia – USP, São Paulo.

Baeta, A., Prous, A. (1992 – 1993). Capítulo 22: Análise de conjunto da arte rupestre de Santana do Riacho. Arquivos do Museu de História Natural. Belo Horizonte: UFMG. Vol. XIII-XIV. pp. 333 - 353.

Belting, H. (2014). Antropologia da imagem. Lisboa: KKYM.

Belting, H. (2005, julho). Por uma antropologia da imagem. Concinnitas, ano 6, 1(8), pp. 64 - 78.

Benjamin, W. (1989). Charles Baudelaire, um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, Obras escolhidas, v. 3.

Benjamin, W. (1994). Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 7ª ed. São Paulo: Brasiliense, Obras escolhidas, vol. 1.

Bentelle, G. (1989). Kultur in Semiotische Perspektive - zur Einleitung. In: I. Bystrina. Semiotik der Kultur. Tübingen: Stauffenburg Verlag.

Brito, M. E., Baeta, A., Prous, A. (1992 – 1993). Capítulo 20: O levantamento geral dos grafismos rupestres de Santana do Riacho. Arquivos do Museu de História Natural. Belo Horizonte: UFMG. vol. XIII - XIX.

Bystrina, I. (1989). Semiotik der Kultur. Zeichen – Texte - Codes. Tübingen: Stauffenburg Verlag.

Bystrina, I. (1995). Tópicos de Semiótica da Cultura. São Paulo: CISC/PUC-SP.

Bystrina, I., Karnowski, H.; Landsch, M. (1992). Kulturevolution. Fallstudien und Synthese. Frankfurt/Main: Peter Lang.

Costa, G.M., Jesus Filho, M.F., Malta, I.M., Prous, A., Silva, M.M.C, Souza, L.A.C., Torri, M.B. (1991). Capítulo 13: Os pigmentos e 'corantes' encontrados nas escavações do Grande Abrigo Santana do Riacho. Arquivos do Museu de História Natural. Belo Horizonte, UFMG. vol. XII, pp. 299 - 404.

Cunha, F. L., Guimarães, M.L. (1978). A fauna sub-recente de vertebrados do "Grande Abrigo da Lapa Vermelha (P.L.)" de Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Arquivos do Museu de História Natural. Belo Horizonte, UFMG. pp. 201 - 231.

Da-Gloria, P., Larsen, C.S. (2014), Oral health of the Paleoamericans of Lagoa Santa, central Brazil. Am. J. Phys. Anthropol., 154: 11-26. https://doi.org/10.1002/ajpa.22467.

Da-Gloria, P., Oliveira, R. E., Neves, W. A. (2017). Dental caries at Lapa do Santo, central-eastern Brazil: An Early Holocene archaeological site. Anais Da Academia Brasileira De Ciências, 89(1), 307–316. https://doi.org/10.1590/0001-3765201620160297.

Gaspar, Madu. (2003). Arte rupestre no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

Giedion, S. (1980). Concepção espacial na arte pré-histórica. In: E. Carpentier, M. Mcluhan. Revolução na comunicação. Rio de Janeiro: Zahar Editores. p. 98-110.

Insardis, Andrei. (2009). Entre as pedras: as ocupações pré-históricas recentes e os grafismos rupestres da região de Diamantina, Minas Gerais. [Tese de Doutorado]. Museu de Arqueologia e Etnologia - USP, São Paulo.

Leroi-Gourhan, A. (1990). O gesto e a palavra. 1 - técnica e linguagem. Lisboa: Edições 70.

Lévi-Strauss, C. (2017). Antropologia estrutural um. São Paulo: Ubu.

Lewis-Williams, D. (2004). The mind in the cave. London: Thames & Hudson.

Marcos, J., Prous, A., Ribeiro, L. (2007). Brasil rupestre: arte pré-histórica brasileira. Curitiba: Zencrane Livros.

Mello e Alvim, M. C. (1977). Os antigos habitantes da área arqueológica de Lagoa Santa, Minas Gerais, Brasil - estudo morfológico. Arquivos do Museu de História Natural. Belo Horizonte: UFMG. Vol. II, pp. 119 - 174.

Prous, A. (2000). As primeiras populações do Estado de Minas Gerais. In: M.C. Tenório (org). Pré-história da Terra Brasilis. Rio de Janeiro: UFRJ. pp. 101 - 114.

Prous, A., Baeta, A. (1992 – 1993). Capítulo 21: Elementos de cronologia, descrição de atributos e tipologia. Arquivos do Museu de História Natural. Belo Horizonte: UFMG. Vol. XIII-XIV. pp. 241 - 332.

Roosevelt, A. (2000). O povoamento das Américas: o Panorama Brasileiro. In: M.C. Tenório. Pré-história da Terra Brasilis. Rio de Janeiro: UFRJ. pp. 35 a 50.

Salvio, V.L. (2014). Os conjuntos gráficos pré-históricos do centro e norte mineiros: estilos e territórios em uma análise macro-regional. [Tese de Doutorado]. Museu de Arqueologia e Etnologia - USP, São Paulo.

Severi, C. (2015). The chimera principle: an anthropology of memory and imagination. Chicago: Hau Books.

Sousa, D.V. (2016). Pedoarqueologia de sítios pré-históricos na bacia do Rio São Francisco: abrigo Santana do Riacho e Bibocas II. [Tese de doutorado]. Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais.

Souza, S. M. (1992 – 1993). Capítulo 18: Paleografia da população do Grande Abrigo Santana do Riacho, Minas Gerais: uma hipótese para verificação. Arquivos do Museu de História Natural. Belo Horizonte: UFMG. Vol. XIII-XIV. pp. 161-172.

Steckel, R.H., Rose, J. C. (Eds). (2002). The backbone

Publicado

2024-03-05

Como Citar

Antunes Viviani, A. E., & Baitello Junior, N. . (2024). Pinturas parietais, narrativa e imaginação: Uma investigação sobre a relação entre imagem e ambiente em tempos pré-coloniais no Brasil. Prometeica - Revista De Filosofia E Ciências, 29, 123-137. https://doi.org/10.34024/prometeica.2024.29.15206
Recebido 2023-06-16
Aprovado 2023-12-18
Publicado 2024-03-05