Fatores associados à mobilidade espaço de vida pós-AVC: estudo transversal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2022.v30.12831

Palavras-chave:

Acidente Vascular Cerebral, Marcha, Limitação da Mobilidade

Resumo

Introdução. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um dos principais causadores de mortes e incapacidades no mundo. A instalação dessas incapacidades resulta em limitação da mobilidade, refletindo negativamente na autonomia, independência e participação social. Objetivos. Identificar a mobilidade espaço de vida em indivíduos pós-AVC crônico da comunidade, descrever aspectos relacionados ao comprometimento motor e funcionalidade desses indivíduos e analisar quais os aspectos motores, funcionais e cognitivos estão relacionados com a mobilidade espaço de vida dessa população. Método. Trata-se de um estudo transversal, desenvolvido no município de Araranguá-SC, entre julho de 2017 a dezembro de 2018. Os instrumentos utilizados foram: Life Space Assessment (LSA); Escala de Fugl-Meyer (EFM); Medida de Independência Funcional (MIF); Functional Ambulation Category (FAC) e Escala de Rankin Modificada (ERM). Resultados. Foram avaliados 71 indivíduos pós-AVC. Foi observado que no nível 2 da LSA, 26 indivíduos eram dependentes (14,15±8,83 pontos) e 45 indivíduos eram independentes (48,15±19,57 pontos; ρ<0,001). No nível 3 da LSA, 36 indivíduos eram dependentes (17,05±9,18 pontos), enquanto 35 indivíduos eram independentes (54±16,72; p=0,002). Correlações significantes foram encontradas entre a LSA e as variáveis do estudo, com correlações moderadas entre LSA e EFM (ρ=0,42; p<0,01), FAC (ρ=0,60; p<0,01) e ERM (ρ=-0,65;p<0,01) e correlações altas entre LSA e  MIF (ρ=-0,70;p<0,01). Conclusões. Mais da metade dos indivíduos mostrou-se dependente no espaço de vida em áreas próximas a sua residência. Além disso, o espaço de vida esteve diretamente relacionado com o comprometimento motor, marcha e independência funcional. 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Oliveira GMM, Brant LCC, Polanczyk CA, Biolo A, Nascimento BR, Malta DC, et al. Estatística Cardiovascular–Brasil 2020. Arq Bras Cardiol 2020;115:308-439. https://doi.org/10.36660/abc.20200812

Fernandes MB, Cabral DL, Souza RJP, Sekitani HY, Teixeira-Salmela LF, Laurentino GEC. Independência funcional de indivíduos hemiparéticos crônicos e sua relação com a fisioterapia. Fisioter Mov 2012;25:333-41. https://doi.org/10.1590/S0103-51502012000200011

Arienti C, Lazzarini SG, Pollock A, Negrini S. Rehabilitation interventions for improving balance following stroke: An overview of systematic reviews. PloS one 2019;14:e0219781. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0219781

Beyaert C, Vasa R, Frykberg GE. Gait post-stroke: pathophysiology and rehabilitation strategies. Clin Neurophysiol 2015;45:335-55. https://doi.org/10.1016/j.neucli.2015.09.005

Rantakokko M, Iwarsson S, Vahaluoto S, Portegijs E, Viljanen A, Rantanen T. Perceived environmental barriers to outdoor mobility and feelings of loneliness among community-dwelling older people. J Gerontol Series A 2014;69:1562-8. https://doi.org/10.1093/gerona/glu069

Estima AEMS, Dutra BMT, Martins JVP, Franzoi ACOB. Validação do Questionário “Life Space Assessment-LSA” em um grupo de pacientes hemiplégicos. CEP 2015;22461:000. https://core.ac.uk/download/pdf/268364533.pdf

Wesselhoff S, Hanke TA, Evans CC. Community mobility after stroke: a systematic review. Top Stroke Rehab 2018;25:224-38. https://doi.org/10.1080/10749357.2017.1419617

Organização Mundial de Saúde. International Classification of Functioning, Disability and Health: ICF World Health Organization (endereço na internte), 2001 (acessado em agosto/2021). Disponível em: http://www.who.int/classifications/icf/en/

Nakao M, Izumi S, Yokoshima Y, Matsuba Y, Maeno Y. Prediction of life-space mobility in patients with stroke 2 months after discharge from rehabilitation: a retrospective cohort study. Disabil Rehab 2020;42:2035-42. https://doi.org/10.1080/09638288.2018.1550533

Taylor JK, Buchan IE, Van Der Veer SN. Assessing life-space mobility for a more holistic view on wellbeing in geriatric research and clinical practice. Aging Clin Exp Res 2019;3:439-45. https://doi.org/10.1007/s40520-018-0999-5

Wells EU, Williams CP, Kennedy RE, Sawyer P, Brown CJ. Factors that contribute to recovery of community mobility after hospitalization among community-dwelling older adults. J App Gerontol. 2020;39:435-41. https://doi.org/10.1177/0733464818770788

Yang Y-N, Kim B-R, Uhm KE, Kim SJ, Lee S, Oh-Park M, et al. Life space assessment in stroke patients. Ann Rehab Med 2017;41:761. https://doi.org/10.5535/arm.2017.41.5.761

Broderick JP, Adeoye O, Elm J. Evolution of the modified Rankin scale and its use in future stroke trials. Stroke 2017;48:2007-12. https://doi.org/10.1161/STROKEAHA.117.017866

Bertolucci PH, Brucki S, Campacci SR, Juliano Y. O mini-exame do estado mental em uma população geral: impacto da escolaridade. Arq Neuropsiquiatr 1994;52:1-7. https://doi.org/10.1590/S0004-282X1994000100001

Michaelsen SM, Rocha AS, Knabben RJ, Rodrigues LP, Fernandes CG. Tradução, adaptação e confiabilidade interexaminadores do manual de administração da escala de Fugl-Meyer. Braz J Phys Ther 2011;15:80-8. https://doi.org/10.1590/S1413-35552011000100013

Tashiro H, Isho T, Takeda T, Nakamura T, Kozuka N, Hoshi F. Life-space mobility and relevant factors in community-dwelling individuals with stroke in japan: A cross-sectional study. Progr Rehab Med 2019;4:20190014. https://doi.org/10.2490/prm.20190014

Elord C, Corrêa F, Pereira GS, Silva SM, Correa JC. Translation into Brazilian Portuguese, cross-cultural adaptation, reliability and validation of the Functional Ambulation Classification for the categorization of ambulation following a stroke in a clinical setting. Rev Neurol 2020;70:365-71. https://doi.org/10.33588/rn.7010.2019400

Carvalho-Pinto BP, Faria CD. Health, function and disability in stroke patients in the community. Braz J Phys Ther 2016;20:355-66. https://doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0171

Alzahrani MA, Dean CM, Ada L. Ability to negotiate stairs predicts free-living physical activity in community-dwelling people with stroke: an observational study. Aus J Physiother 2009;55:277-81. https://doi.org/10.1016/s0004-9514(09)70008-x

Rissetti J, Feistauer JB, Luiz JM, da Silveira LS, Ovando AC. Independência funcional e comprometimento motor em indivíduos pós-AVE da comunidade. Acta Fisiátr 2020;27:27-33. https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v27i1a169615

Caro CC, Costa JD, Cruz DMC. O uso de dispositivos auxiliares para a mobilidade e a independência funcional em sujeitos com Acidente Vascular Cerebral. Cad Bras Ter Ocupac 2018;26:558-68. https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoao1117

Curcio C-L, Alvarado BE, Gomez F, Guerra R, Guralnik J, Zunzunegui MV. Life-Space Assessment scale to assess mobility: validation in Latin American older women and men. Aging Clin Exp Res 2013;25:553-60. https://doi.org/10.1007/s40520-013-0121-y

Cavanaugh JT, Crawford K. Life-space assessment and physical activity scale for the elderly: validity of proxy informant responses. Arc Phys Med Rehab 2014;95:1527-32. https://doi.org/10.1016/j.apmr.2014.03.027

Tsunoda S, Shimizu S, Suzuki Y, Tsunoda A, Yamada R, Shimose R, et al. Longitudinal changes in life-space mobility and the factors influencing it among chronic community-dwelling post-stroke patients. Disabil Rehab 2021;11:1-5. https://doi.org/10.1080/09638288.2021.2001054

Choi M, O’Connor ML, Mingo CA, Mezuk B. Gender and racial disparities in life-space constriction among older adults. Gerontologist 2016;56:1153-60. https://doi.org/10.1093/geront/gnv061

Baumann M, Lurbe K, Leandro M-E, Chau N. Life satisfaction of two-year post-stroke survivors: Effects of socio-economic factors, motor impairment, NEWcastle Stroke-specific Quality Of Life measure and World Health Organization Quality Of Life–bref of informal caregivers in Luxembourg and a rural area in Portugal. Cerebrovas Dis 2012;33:219-30. https://doi.org/10.1159/000333408

D'alisa S, Baudo S, Mauro A, Miscio G. How does stroke restrict participation in long‐term post‐stroke survivors? Acta Neurolog Scan 2005;112:157-62. https://doi.org/10.1111/j.1600-0404.2005.00466.x

Wiener J, McIntyre A, Janssen S, Chow JT, Batey C, Teasell R. Effectiveness of high‐intensity interval training for fitness and mobility post stroke: A systematic review. PM&R. 2019;11:868-78. https://doi.org/10.1002/pmrj.12154

Langhorne P, Bernhardt J, Kwakkel G. Stroke care 2. Stroke Rehab Lancet 2011;377:1693-702. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)60325-5

Kobylańska M, Kowalska J, Neustein J, Mazurek J, Wójcik B, Bełza M, et al. The role of biopsychosocial factors in the rehabilitation process of individuals with a stroke. Work 2018;61:523-35. https://doi.org/10.3233/WOR-162823

Downloads

Publicado

2022-08-03

Como Citar

Friedrich Eidt, N. J., Merlyn Luiz, J., & Ovando, A. C. (2022). Fatores associados à mobilidade espaço de vida pós-AVC: estudo transversal. Revista Neurociências, 30, 1–23. https://doi.org/10.34024/rnc.2022.v30.12831

Edição

Seção

Artigos Originais
Recebido: 2021-10-15
Aceito: 2022-04-20
Publicado: 2022-08-03

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.