Truques que melhoram a camptocormia durante a marcha em doentes com Doença de Parkinson

Autores

  • Cristina Semedo Resident of Neurology, MD.
  • Ana Calado Neurologist, MD.
  • Margarida Dias Neurologist, MD.
  • Rui Pedrosa Neurologist, MD, Head of the Department of Neurology, Centro Hospitalar de Lisboa Central.
  • Manuel Almeida Neurologist, MD.

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2012.v20.8291

Palavras-chave:

Doença de Parkinson, Postura, Distúrbios Distónicos

Resumo

Introdução. A Camptocormia é a flexão extrema da coluna dorso­lombar que agrava durante a marcha e remite em supinação. Tem sido descrita frequentemente associada à Doença de Parkinson (DP). A sua patogenia não se encontra ainda esclarecida. Uma das hipóteses propostas defende que quando associada à DP se trata provavelmente de uma distonia de acção focal dos músculos paraespinhais. A disto­nia pode ser acompanhada do “geste antagoniste”, que consiste num truque que permite ao doente aliviar a postura distónica. Apresenta­mos dois casos em que os doentes utilizam truques para aliviar a sua postura durante a marcha. Casos Clínicos. Doente 1: Mulher de 74 anos, com diagnóstico de DP há 2 anos. No exame neurológico apre­sentava parkinsonismo e camptocormia, que melhorava parcialmente ao apoiar as mãos nas suas coxas. Doente 2: Mulher de 80 anos com o diagnóstico de DP provável há 1 ano. No exame neurológico apresen­tava instabilidade postural, bloqueios da marcha e camptocormia que remitia parcialmente quando segurava uma barra à altura da cintura. Conclusões. A particularidade destes casos clínicos consiste no facto de os doentes melhorarem a camptocormia durante a marcha através de truques. Esta melhoria clínica suporta a hipótese de a camptocor­mia na DP ser um distonia focal dos músculos paraespinhais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Earle H. Reply to the review of Mr Bayton´s essay on the cure of crooked spine. Edinburg Med Surg J 1815;11:35-51.

Brodie BC. Pathological and surgical observations on the disease of the joints. In: Longman, Hurst, Rees, Orme, Brown, eds. London 1818;1822:376. Reprinted by the Classic of Medicine Library, Birmingham, Alabama, USA 1989.

Souques A, Rosanoff-Saloff A. La camptocormie; incurvation du tronc, consecutive aux traumatismes du dos et des lombes; considerations morphologiques. Rev Neurol 1914-1915;28:937-9.

Azher SN, Jankovic J. Camptocormia: pathogenesis, classification, and response to therapy. Neurology, 2005; 65:355-9. http://dx.doi.org/10.1212/01.wnl.0000171857.09079.9f

Tiple D, FabbriniG, Colosimo C, Ottaviani D, Camerota F, Defazio G, et al. Camptocormia in Parkinson’s disease: an epidemiological and clinical study. J Neurol Neurosurg Psychiatry 2009;80:140-8. http://dx.doi.org/10.1136/jnnp.2008.150011

Bloch F, Houeto JL, Tezenas du Montcel S Bonneville F, Etchepare F, Welter M-L, et al. Parkinsons disease with camptocormia. J Neurol Neurosurg Psychiatry 2006;77:1223-8. http://dx.doi.org/10.1136/jnnp.2006.087908

Fahn S, Marsden CD, Calne DB, Classification and investigation of dystonia. In Marsden CD Fahn S, ed Movement disorders 2. London: Butterworth, 1987, p.332-58.

Fahn S. Concept and classification of dystonia. Adv Neurol 1988;50:1-8. 9.UKPDBB- Hughes AJ Daniel SE, Kilford L, Lees AJ. Accuracy of clinical diagnosis of idiopathic Parkinson’s disease: a clinico-pathological study of 100 cases. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1992;55:181-4. http://dx.doi.org/10.1136/jnnp.55.3.181

Djaldetti R, Mosberg-Galili R, Sroka H, Merims D, Melamed E. Camptocormia (bent spine) in patients with Parkinson’s disease: characterization and possible pathogenesis of an unusual phenomenon. Mov Disord 1999; 14:443-7. http://dx.doi.org/10.1002/1531-8257(199905)14:3<443::AIDMDS1009>3.0.CO;2-G

Gerton BK, Theeler B, Samii A. Backpack treatment for camptocormia. Mov Disord 2010;30:247-8. http://dx.doi.org/10.1002/mds.22909

Melamed E, Djaldetti R. Camptocormia in Parkinson’s disease. J Neurol 2006; 253(suppl 7):VII/14-16.

Lepoutre A C, Devos D, Blanchard-Dauphin A, Pardessus V, Maurage C-A, Ferriby D, et al. A specific clinical pattern of camptocormia in Parkinson’s disease. J Neurol Neurosurg Psychiatry 2006;77:1229-34. http://dx.doi.org/10.1136/jnnp.2005.083998

Margraf NG, Wrede A Rohr A, Schulz-Schaeffer WJ, Raethjen J, Eymess A. Camptocormia in idiopathic Parkinson’s disease: A focal myopathy of the paravertebral muscles. Mov Disord 2010;25:542-51. http://dx.doi.org/10.1002/mds.22780

Bonneville F, Bloch F, Kurys E, Tezenas du Montcel S, Welter M-L, Bommet A-M, et al. Camptocormia and Parkinson’s disease: MR imaging. Eur Radiol 2008;18:1710-9. http://dx.doi.org/10.1007/s00330-008-0927-8

Downloads

Publicado

2012-03-31

Como Citar

Semedo, C., Calado, A., Dias, M., Pedrosa, R., & Almeida, M. (2012). Truques que melhoram a camptocormia durante a marcha em doentes com Doença de Parkinson. Revista Neurociências, 20(2), 236–239. https://doi.org/10.34024/rnc.2012.v20.8291

Edição

Seção

Relato de Caso
Recebido: 2019-02-20
Publicado: 2012-03-31