Interferência da dor neuropática no nível de independência funcional em indivíduos com lesão medular
DOI:
https://doi.org/10.34024/rnc.2022.v30.11745Palavras-chave:
Traumatismos da Medula Espinal, Avaliação da Deficiência, Medição da Dor, ReabilitaçãoResumo
Objetivo. Avaliar a interferência da dor neuropática na independência funcional de indivíduos com Lesão Medular Espinal (LME). Método. Estudo quantitativo transversal analítico, realizado em Goiânia-Goiás. Foi aplicado um questionário sociodemográfico e clínico elaborado pelos próprios autores, o Douleur Neuropathique 4 questions (DN4), o Inventário Breve de Dor (IBD) e a Spinal Cord Independence Measure III (SCIM III). Resultados. A amostra foi composta por 57 indivíduos diagnosticados com LME, com predomínio do sexo masculino e média de idade de 37,6 anos. A etiologia predominante foi a traumática, em sua maioria por acidente de trânsito e com tempo médio de lesão de 58 meses. Houve prevalência de indivíduos com lesão à nível torácico e com classificação segundo a ASIA Impairment Scale (AIS) A e C. A grande maioria dos indivíduos apresentaram dor neuropática, com os sintomas de formigamento e queimação sendo os mais frequentes, somados ao sinal de hipoestesia à picada de agulha e toque. A interferência da dor foi maior sobre o humor, enquanto a área menos afetada foi sobre o relacionamento com outras pessoas. Em relação a funcionalidade, indivíduos com dor neuropática apresentaram pior nível funcional em relação aos indivíduos sem dor, entretanto não foi observada correlação significante entre a dor e o nível de independência funcional. Conclusão. Houve pior pontuação relacionada à independência funcional em indivíduos com dor neuropática, principalmente nos itens de auto cuidado e respiração/controle de esfíncteres, entretanto não houve correlação significante da dor neuropática e a funcionalidade.
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Aceito: 2022-01-12
Publicado: 2022-01-25