Relação entre estado de incapacidade e força de músculos respiratórios na esclerose múltipla

Autores

  • Ana Claudia Regert Nunes Bragé
  • Paula Maria Eidt Rovedder
  • Luciano Palmeiro Rodrigues UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.34024/rnc.2020.v28.10659

Palavras-chave:

Esclerose múltipla, Força muscular, Músculos respiratórios

Resumo

Introdução. A fraqueza acomete músculos respiratórios, sendo fator importante para morbidade e mortalidade na Esclerose Múltipla (EM). Objetivo. Analisar a relação entre força muscular respiratória, eficácia de tosse e capacidade funcional com o tempo de diagnóstico e estado de incapacidade de pacientes com EM. Método. Estudo ex post facto correlacional. Foram incluídos pacientes com EM do tipo surto-remissão, com estado de incapacidade ≤ 6,5 na escala Expanded Disability Status Scale (EDSS). Os participantes foram avaliados quanto ao escore na EDSS, à força muscular respiratória (pressão inspiratória e expiratória máximas − PImáx e PEmáx), à eficácia da tosse (PFE) e à capacidade funcional (TC2M). Aplicou-se o teste de normalidade de Shapiro-Wilk e os testes de correlação de Pearson e Spearman. Resultados. Participaram deste estudo 23 pacientes. As médias para PImáx e PEmáx foram de 76,78±30,76 e 96,39±32,75 cmH2O, respectivamente. O PFE médio foi de 415,22±131,28 L/min e a distância média percorrida no TC2M foi de 164,63±39,69 metros. O escore na EDSS apresentou correlação negativa com a PImáx e a PEmáx. Houve correlação negativa entre a EDSS e a distância percorrida no TC2M. Conclusão. Quanto pior o estado de incapacidade gerado pela EM, menor será a força muscular respiratória e capacidade funcional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Luciano Palmeiro Rodrigues, UFRGS

Possui graduação em Fisioterapia pelo Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista (1992), especialização em Fisioterapia Neurológica pela Universidade Luterana do Brasil (1999) e mestrado em Neurociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001). Doutorado em Neurociências (2011) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul tendo realizado pesquisa com lesão medular experimental e o uso de células-tronco. É professor do Curso de Fisioterapia Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi professor dos cursos de Fisioterapia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Diretor da Clínica de Fisioterapia ESEFID/UFRGS. Coordenador do Curso de Especialização em Fisioterapia Neurofuncional da ESEFID/UFRGS. Tem experiência na área de Fisioterapia, com ênfase em fisioterapia neurofuncional e reabilitação neurológica, atuando principalmente nos seguintes temas: Fisioterapia na Esclerose Múltipla (EM) e no AVC (instrumentos de avaliação e estratégias de tratamento) e alterações na marcha do paciente neurológico. Coordenador do Programa de Extensão Reabilitação e Fisioterapia Neurofuncional - REAFIN que envolve os projetos de avaliação e orientação de pacientes no Ambulatório de Esclerose Múltipla do HCPA e do Grupo de Orientação de Caminhada e Exercícios com pacientes com EM na ESEFID. Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia Neurofuncional no Adulto e Idoso pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO).

Referências

World Health Organization (endereço na Internet). Multiple sclerosis international federation. Atlas: multiple sclerosis resources in the world. 2008 (Acessado em: 02/09/2019). Disponível em: https://www.msif.org/wp-content/uploads/2014/11/Atlas-of-MS-Portuguese-web2.pdf

Muhtaroglu M, Mut SE, Selcuk F, Malkoc M. Evaluation of respiratory functions and quality of life in multiple sclerosis patients. Acta Neurol Bel 2018:1-7. https://doi.org/10.1007/s13760-018-0967-z

Kurtzke JF. Rating neurologic impairment in multiple sclerosis: an expanded disability status scale (EDSS). Neurology 1983;33:1444-52. https://doi.org/10.1212/wnl.33.11.1444

Krieger SC, Cook K, De Nino S, Fletcher M. The topographical model of multiple sclerosis: a dynamic visualization of disease course. Neurol Neuroimmunol Neuroinflamm 2016;3:e279. https://doi.org/10.1212/NXI.0000000000000279

Levy J, Bensmail D, Brotier‐Chomienne A, Butel S, Joussain C, Hugeron C, et al. Respiratory impairment in multiple sclerosis: a study of respiratory function in wheelchair-bound patients. Eur J Neurol 2017;24:497-502. https://doi.org/10.1111/ene.13231

Buyse B, Demedt M, Meekers J, Vandegaer L, Rochette F, Kerkhofs L. Respiratory dysfunction in multiple sclerosis: a prospective analysis of 60 patients. Eur Respir J 1997;10:139-45. https://doi.org/10.1183/09031936.97.10010139

Smeltzer SC, Skurnick JH, Troiano R, Cook SD, Duran W, Lavietes MH. Respiratory function in multiple sclerosis: utility of clinical assessment of respiratory muscle function. Chest 1992;101:479-84. https://doi.org/10.1378/chest.101.2.479

Tzelepis GE, McCool FD. Respiratory dysfunction in multiple sclerosis. Respir Med 2015;109:671-79.

https://doi.org/10.1016/j.rmed.2015.01.018.

Fiorentino G, Esquinas AM. Respiratory function in multiple sclerosis: is there a reliable test? Eur J Neurol 2017;24:e32-3. https://doi.org/10.1111/ene.13291

Ray AD, Mahoney MC, Fisher NM. Measures of respiratory function correlate with fatigue in ambulatory persons with multiple sclerosis. Disabil Rehabil 2015;37:2407-12.

https://doi.org/10.3109/09638288.2015.1031286

Aiello M, Rampello A, Granella F, Maestrelli M, Tzani P, Immovilli P, et al. Cough efficacy is related to the disability status in patients with multiple sclerosis. Respiration 2008;76:311-6. https://doi.org/10.1159/000119641

Altintas A, Demir T, Ikitimur HD, Yildirim N. Pulmonary function in multiple sclerosis without any respiratory complaints. Clin Neurol Neurosurg 2007;109:242-6.

https://doi.org/10.1016/j.clineuro.2006.09.004

Hirst CL, Swingler R, Compston A, Ben-Shlomo Y, Robertson NP. Survival and cause of death in multiple sclerosis: a prospective population based study. J Neurol Neurosurg Psychiatry 2008;79:1016-21. https://doi.org/10.1136/jnnp-2016-315238

Williams N. The MRC breathlessness scale. Occup Med 2017;67:496-7. https://doi.org/10.1093/occmed/kqx086

Bessa EJC, Lopes AJ, Rufino R. A importância da medida da força muscular respiratória na prática da pneumologia. Pulmão RJ 2015;24:37-41. http://www.sopterj.com.br/wp-content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/2015/n_01/10.pdf

Park JH, Kang SW, Lee SC, Choi WA, Kim DH. How respiratory muscle strength correlates with cough capacity in patients with respiratory muscle weakness. Yonsei Med J 2010;51:392-7. https://doi.org/10.3349/ymj.2010.51.3.392

Leiner GC, Abramowitz S, Small AJ, Stenby VB, Lewis WA. Expiratory Peak Flow Rate: standard values for normal subjects. Use a clinical test of ventilatory function. Am R Respir Dis 1963;88:644-51. https://doi.org/10.1164/arrd.1963.88.5.644

Kerling A, Keweloh K, Tegtbur U, Kück M, Grams L, Horstmann H, et al. Effects of a short physical exercise intervention on patients with multiple sclerosis (MS). Int J Mol Sci 2015;16:15761-75. https://doi.org/10.3390/ijms160715761

ATS Committee on Proficiency Standards for Clinical Pulmonary Function Laboratories. ATS statement: guidelines for the six-minute walk test. Am J Respir Crit Care Med 2002;166:111-7. https://doi.org/10.1164/ajrccm.166.1.at1102

Gijbels D, Eijnde BO, Feys P. Comparison of the 2-and 6-minute walk test in multiple sclerosis. Mult Scler 2011;17:1269-72. https://doi.org/10.1177/1352458511408475

American Thoracic Society/European Respiratory Society. ATS/ERS Statement on respiratory muscle testing. Am J Respir Crit Care Med 2002;166:518-64. https://doi.org/10.1164/rccm.166.4.518

Neder JA, Andreoni S, Lerario, MC, Nery LE. Reference values for lung function tests: II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Braz J Med Biol Res 1999;32:719-27. https://doi.org/10.1590/S0100-879X1999000600007

Paes CD, Pessoa BV, Jamami M, Di Lorenzo VAP, Marrara KT. Comparação de valores de PFE em uma amostra da população da cidade de São Carlos, São Paulo, com valores de referência. J Bras Pneumol 2009;35:151-6. https://doi.org/10.1590/S1806-37132009000200008

Selman JP, de Camargo AA, Santos J, Lanza FC, Dal Corso S. Reference equation for the 2-minute walk test in adults and the elderly. Respir Care 2014;59:525-30. https://doi.org/10.4187/respcare.02649

Taveira FM, Teixeira AL, Domingues RB. Early respiratory evaluation should be carried out systematically in patients with multiple sclerosis. Arq Neuropsiquiatr 2013;71:142-5. https://doi.org/10.1590/S0004-282X2013000300003

Aktan R, Ozalevli S, Ozakbas S. Effects of cigarette smoking on respiratory problems and functional levels in multiple sclerosis patients. Mult Scler Relat Disord 2018;25:271-5. https://doi.org/10.1016/j.msard.2018.08.016

Bosnak-Guclu M, Guclu-Gunduz A, Nazliel B, Irkec C. Comparison of functional exercise capacity, pulmonary function and respiratory muscle strength in patients with multiple sclerosis with different disability levels and healthy controls. J Rehab Med 2012;44:80-6. https://doi.org/10.2340/16501977-0900

Chetta A, Rampello A, Marangio E, Merlini S, Dazzi F, Aiello M, et al. Cardiorespiratory response to walk in multiple sclerosis patients. Respir Med 2004;98:522-9.

https://doi.org/10.1016/j.rmed.2003.11.011

Goldman MD, Marrie RA, Cohen JA. Evaluation of the six-minute walk in multiple sclerosis subjects and healthy controls. Mult Scler 2008;14:383-90. https://doi.org/10.1177/1352458507082607

Bennett SE, Bromley LE, Fisher NM, Tomita MR, Niewczyk P. Validity and reliability of four clinical gait measures in patients with multiple sclerosis. Intl J MS Care 2017;19:247-52. https://doi.org/10.7224/1537-2073.2015-006

Downloads

Publicado

2020-08-06

Como Citar

Regert Nunes Bragé, A. C., Eidt Rovedder, P. M., & Rodrigues, L. P. (2020). Relação entre estado de incapacidade e força de músculos respiratórios na esclerose múltipla . Revista Neurociências, 28, 1–21. https://doi.org/10.34024/rnc.2020.v28.10659

Edição

Seção

Artigos Originais
Recebido: 2020-05-16
Publicado: 2020-08-06