TY - JOUR AU - Socha, Eduardo PY - 2020/10/09 Y2 - 2024/03/28 TI - O novo tema da “Eroica” de Beethoven e o sublime musical em Adorno JF - Revista Limiar JA - limiar VL - 7 IS - 13 SE - Artigos DO - 10.34024/limiar.2020.v7.10900 UR - https://periodicos.unifesp.br/index.php/limiar/article/view/10900 SP - 28-49 AB - <p>Em seu conhecido ensaio sobre a música instrumental de Beethoven, E.T.A. Hoffmann definia os contornos de uma metafísica romântica que identificava na forma sinfônica do compositor a irrupção musical do sublime. Para Hoffmann, “a música instrumental de Beethoven inaugura o reino do descomunal (<em>Ungeheuern</em>) (...) emprega todos os meios do terror, do medo, do espanto, da dor, e desperta a nostalgia infinita (<em>unendliche Sehnsucht</em>) que é a essência do romantismo”. Com efeito, o autor foi um dos primeiros a defender, no início do século 19, a ideia romântica de “música absoluta”, dissociada de funções e textos. Ao associar o sinfonismo de Beethoven ao sublime, afastando-o assim do ideal kantiano do belo (este mais vinculado ao classicismo de Haydn e Mozart), a crítica de Hoffmann repercutiu de modo significativo na tradição musicológica posterior. Neste artigo, pretende-se indicar essa influência na interpretação de Adorno do primeiro movimento da <em>Terceira sinfonia</em>, a <em>Eroica</em> (em particular, a inserção de um novo material temático na seção de desenvolvimento) em sua relação com o sublime. Com isso, espera-se mostrar a produtividade dos escritos musicais de Adorno para a concepção do sublime, fundamental para <em>Teoria estética. </em>Por fim, será encaminhada uma breve discussão sobre as implicações políticas da reflexão adorniana sobre o sinfonismo de Beethoven.</p> ER -