Espelhos eróticos. Erótica no espelho. Uma iconografia amorosa da Hélade (séc. V-IV a.C.)

Autores

  • Fábio Vergara Cerqueira Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.31669/herodoto.v3i1.343

Palavras-chave:

Espelho, cultura material, iconografia, cerâmica, erótica, Afrodite.

Resumo

O presente texto consiste em um ensaio interpretativo sobre o(s) sentido(s) do objeto espelho na Grécia egeia (em contraste à Grécia ocidental/colonial), com base na iconografia, levando em consideração dois repertórios imagéticos distintos: a pintura dos vasos áticos (final do sexto a início do quarto século) e a decoração figurada dos espelhos em si, em relevo e gravada por incisão (final do quinto a início do terceiro século). O foco central de análise é a iconografia registrada nos espelhos produzidos nos quatro principais centros da indústria grega de espelhos (Atenas, Corinto, Cálcis, Jônia). Dentre os três tipos de espelho produzidos, quais sejam, espelho de mão, espelho de mesa e espelho de caixa, é fundamentalmente o terceiro tipo que contribui para este estudo. Os espelhos de caixa podem portar iconografia em sua cobertura dobrável, em relevo na superfície externa e gravada por incisão na superfície interna. Em contraste com a iconografia de vasos da Magna Grécia, em que o componente místico se sobressai entre vários simbolismos, no caso da iconografia do/no espelho produzida na Grécia egeia prevalece o simbolismo erótico e a ligação com Afrodite, por meio de cuja proteção se acolhem todas as categorias de mulheres (hetairas, “mulheres-cidadãs” casadas ou noivas) e todos as modalidades de amores – o poder simbólico do espelho estaria relacionado a um erótica inclusiva, que une sob a égide do amor e desejo aquilo que a sociedade separa.

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Biografia do Autor

Fábio Vergara Cerqueira, Universidade Federal de Pelotas

Graduou-se no curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1989) e concluiu doutorado em Antropologia Social, com concentração em Arqueologia Clássica, pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é professor adjunto do Departamento de História e Antropologia da Universidade Federal de Pelotas, lecionando nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em História, Bacharelado em Museologia e Bacharelado em Antropologia, com Habilitação em Arqueologia. Entre 2006 e 2009, foi professor do Mestrado em Ciências Sociais. É professor, desde 2007, do Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural, e, desde 2009, do Mestrado em História. Nesta universidade, foi diretor do Instituto de Ciências Humanas por dois mandatos (2002-2010), coordenador do Curso de História (2000-2002) coordenador do Laboratório de Antropologia e Arqueologia (desde 2001) e do Museu Etnográfico da Colônia Maciel (desde 2006). Foi Presidente (2001-2003) e Vice-Presidente (2004-2005) da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, tendo sido Presidente do V Congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC), realizado em 2003. Atuou como coordenador nacional do GT de História Antiga da Associação Nacional de História (ANPUH) entre 2007 e 2008. Integra os conselhos editoriais dos seguintes periódicos: Dimensões. Revista de História (UFES); Metis (UCS); Cadernos do LEPAARQ. Textos de Antropologia, Arqueologia e Patrimônio (UFPEL); Justiça & História (Tribunal de Justiça do RS); e Classica. Revista da SBEC. Tem experiência na área de História, com ênfase em Arqueologia Histórica e Arqueologia Clássica, atuando principalmente nos seguintes temas: música, arqueologia, antigüidade clássica, história antiga e iconografia. Nos últimos anos, tem-se dedicado às áreas de Memória Social e Patrimônio Cultural, bem como à gestão museológica

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Publicado

2018-03-24

Como Citar

Cerqueira, F. V. (2018). Espelhos eróticos. Erótica no espelho. Uma iconografia amorosa da Hélade (séc. V-IV a.C.). Heródoto: Revista Do Grupo De Estudos E Pesquisas Sobre a Antiguidade Clássica E Suas Conexões Afro-asiáticas, 3(1), 119–152. https://doi.org/10.31669/herodoto.v3i1.343