TY - JOUR AU - Mendonça, Marina Gusmão de PY - 2017/12/22 Y2 - 2024/03/29 TI - O genocídio em Ruanda e a inércia da comunidade internacional JF - Revista Hades JA - hades VL - 1 IS - 1 SE - Artigos DO - 10.34024/hades.2017.v1.7961 UR - https://periodicos.unifesp.br/index.php/hades/article/view/7961 SP - 1-28 AB - <p>Entre abril e julho de 1994, o mundo assistiu impassível ao extermínio de mais de 800.000 pessoas em Ruanda. Tal morticínio é considerado o terceiro maior ocorrido desde 1950, comparável apenas àqueles verificados no Cambodja e em Bangladesh, na década de 1970. Entretanto, no caso de Ruanda, há um dado assustador: por ocasião da matança, a população do país era de aproximadamente 7.500.000 habitantes, sendo 6.300.000 hutus, 1.100.000 tutsis e 100.000 pigmeus. Isto significa que cerca de 11% dos ruandeses e ¾ da população tutsi foram eliminados em apenas um trimestre. A comunidade internacional nada fez para evitar a matança. Pelo contrário: além de não intervir diretamente, a Organização das Nações Unidas (ONU) reduziu drasticamente o contingente da força de paz que mantinha em Ruanda, a despeito das advertências do General Roméo Alain Dallaire, comandante das tropas da UNAMIR, de que a tragédia estava a caminho. Passado o estupor provocado pelo genocídio, restou o problema fundamental da reconstrução do país. A esse respeito, é preciso assinalar as precaríssimas condições econômicas da região, o que é agravado pelo estraçalhamento do tecido social durante a matança. Ademais, não podemos esquecer que, se em 1994, o mundo assistiu passivamente à dilaceração de Ruanda, agora poucos estão preocupados com as dificuldades de reconstrução de um lugar que não tem importância estratégica e não dispõe de grandes riquezas naturais.Os fatores que levaram ao genocídio em Ruanda e a inércia da comunidade internacional para impedir o massacre são os temas deste artigo.</p> ER -