Pensar o mundo aos pedaços

Quando a filosofia encontra a história ambiental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/fontes.2019.v6.9712

Palavras-chave:

História Ambiental, Filosofia, Ecologia Profunda

Resumo

As transformações contemporâneas cada vez mais aceleradas que perpassam a sociedade trazem à história ambiental o compromisso de entender as rupturas e permanências entre a cultura e a natureza. Também consistem em uma fecunda oportunidade para se pensar novas possibilidades do devir histórico. Este artigo objetiva discutir brevemente como textos filosóficos (enquanto fontes de pesquisas) podem auxiliar tal atividade. A partir do conceito de ecologia profunda, no qual equilíbrio, estabilidade e diversidade fundem-se na complexidade, apresentamos um exercício metodológico que parte do mecanicismo cartesiano e desemboca no organicismo kantiano.

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Biografia do Autor

Marcio Henrique Bertazi, Doutorando na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo

Engenheiro Ambiental pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (2010); bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (2017) e Mestre em História e Sociedade (2014) pelo Programa de Pós-Graduação em História e Sociedade da Faculdade de Ciências e Letras de Assis (FCL-UNESP). É, desde 2016, Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, onde pesquisa, dentre outras, a temática "ecologia política de movimentos sociais". Interessa-se pelas seguintes áreas de pesquisa: história ambiental; ecologia política; agricultura; metodologia de pesquisa-ação; direitos humanos e meio ambiente; acervos audiovisuais; sustentabilidade; meio ambiente e movimentos sociais; filosofia da ciência. Tem experiência na utilização de Sistemas de Informações Geográficas aplicados à construção de material didático e ensino de Cartografia.

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Publicado

2020-01-30