Opressão e resistência no pensamento feminista negro

a teoria social crítica de Patricia Hill Collins

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/csr.2024.60.1.18917

Palavras-chave:

Patricia Hill Collins, Pensamento Feminista Negro, Teoria Social Crítica, Interseccionalidade

Resumo

O presente artigo tem o intuito de apresentar como Patricia Hill Collins desenvolve uma compreensão interseccional da relação entre dominação e resistência com base nas experiências de mulheres negras. Procuraremos mostrar porque Collins considera o pensamento feminista negro como uma teoria social crítica, e de que maneira essa teoria pretende compreender os fenômenos interseccionais de opressão e resistência a partir da perspectiva de outsider interna das mulheres negras. Em seguida, apresentamos a compreensão interseccional de opressão desenvolvida por Collins e analisamos o que a autora entende por matriz de dominação, a saber, os quatro diferentes domínios nos quais as formas interseccionais de opressão atuam: o estrutural, o disciplinar, o hegemônico e o interpessoal. Partindo, por fim, do pressuposto fundamental de que uma teoria social crítica tem de atentar para as tendências realmente existentes de superação prática das injustiças sociais, na terceira parte do artigo analisaremos a relação dialética que Collins estabelece entre dominação e resistência a partir dos processos no interior dos quais as mulheres negras produzem autodefinições e formas individuais e coletivas de luta por justiça social. Ao identificar a gênese das formas variadas de luta, resistência e empoderamento das mulheres negras no quadro das experiências de injustiça social, dos sistemas interseccionais de opressão e das organizações particulares dos domínios do poder, Collins enriquece e complexifica a compreensão de interseccionalidade.

Biografia do Autor

  • Nathalie Bressiani, Universidade Federal do ABC - UFABC

    Professora de filosofia na Universidade Federal do ABC e pesquisadora do Núcleo de Filosofia, no CEBRAP. Fez graduação, mestrado e doutorado em filosofia na Universidade de São Paulo, e desenvolveu pesquisas de pós-doutorado no CEBRAP, na Humboldt-Universität zu Berlin e na Université de Rennes. Desenvolve pesquisa sobre teoria crítica contemporânea e sobre teoria feminista, temas sobre os quais publicou artigos, capítulos e resenhas.

  • Rúrion Melo, Universidade de São Paulo - USP

    Professor do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e Pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Possui graduação (2003), mestrado (2005) e doutorado (2009) em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), e pós-doutorado pelo CEBRAP (2011). É Principal Investigator do Mecila - Maria Sibylla Merian Centre e Pesquisador Principal de Projeto Temático da FAPESP. Coordena o Grupo de Estudos de Política e Teoria Crítica da USP. Desenvolve pesquisas nas áreas de teoria política e teoria social. Além disso, possui trabalhos sobre filosofia e sociologia da música. É um dos coordenadores da Coleção Habermas pela Editora da UNESP. Atua principalmente nos seguintes temas: teoria crítica, marxismo e teoria política, teorias da democracia, esfera pública e lutas por reconhecimento, feminismo, racismo e antirracismo, música e sociedade.

Publicado

2024-08-26

Edição

Seção

Seção Especial: Patricia Hill Collins

Como Citar

Opressão e resistência no pensamento feminista negro: a teoria social crítica de Patricia Hill Collins. (2024). Ciências Sociais Em Revista, 60(1). https://doi.org/10.34024/csr.2024.60.1.18917