Nietzsche e a ironia em música

Autores

  • Vladimir Safatle Professor do Departamento de Filosofia da USP.

DOI:

https://doi.org/10.34024/cadniet.2006.n21.7810

Palavras-chave:

música absoluta, ironia, Wagner, Carmen, forma musical, décadence

Resumo

O artigo visa a comentar alguns aspectos do regime de recurso filosófico à música operado por Nietzsche, em especial a presença, no horizonte nietzschiano, de uma temática própria à noção romântica de música absoluta. Trata-se de insistir que tal noção de música absoluta, herança da metafísica do sublime de Schopenhauer, irá desdobrar-se, principalmente depois da ruptura entre Nietzsche e Wagner, em impulso em direção à noção de que a verdadeira forma musical é uma forma irônica. Este desdobramento pode nos fornecer uma nova perspectiva de aproximação da leitura nietzschiana de Carmen, de Bizet. Do absoluto à ironia ou A posição da ironia como figura do que se alojava na temática do absoluto em música: este é o trajeto que será desenvolvido através, principalmente, do comentário de três textos nietzschianos, a saber, O nascimento da tragédia, O caso Wagner e Nietzsche contra Wagner.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADORNO, Philosophie der Neuen Musik. In: Gesammelte Schriften XII, Frankfurt: Surhkamp, 1999.

_________.Quasi una fantasia. In: Gesammelte Schriften XVI, Digitale Bibliothek Band 97.

_________. Über das gegenwärtige Verhältnis von Philosophie und Musik.In: Gesammelte Schriften XVIII, Digitale Bibliothek Band 97.

BEHLER, Irony and the discourse of modernity. University of Washington Press, 1990.

BOULEZ, Apontamentos de aprendiz. São Paulo: Perspectiva, 1995.

DAHLHAUS. L’idée de la musique absolue. Genebra: Contrechamps, 1997

FRIED, Michael. Art and objecthood. In: BATTCOCK, Gregory. Minimal art: a critical anthology. University of California Press, 1968,

HANSLICK. Do belo musical. Lisboa: Edições 70, s.d.

HEGEL, Vorlesungen über Ästhetik. In: Hegel Werke (CDR). Berlin: Talpa Verlag, 2000.

KANT. Kritik der Urteilskraft. Hamburgo: Felix Meiner, 2001.

LIÉBERT. Nietzsche et la musique. Paris: PUF, 1995.

MÜLLER-LAUTER, W. “Décadende artística enquanto décadence fisiológica”.In: Cadernos Nietzsche, n. 6, São Paulo, 1999.

NIETZSCHE, Humano, demasiado humano. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

________. Nietzsche contra Wagner. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

________. O caso Wagner. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

________. O nascimento da tragédia. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

________. Para além do bem e do mal. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

________. Sämtliche Werke. Kritische Studienausgabe. Editores: G. Colli e M. Montinari. Berlin/Munique: Walter de Gruyter, 1980.

SCHLEGEL. Die Kunstlehe. Stuttgart: Lohnen, 1963.

SCHOPENHAUER, O mundo como vontade e representação. Rio de Janeiro: Contraponto, 2001.

SICA, La Carmen di Nietzsche in www.swif.uniba.it/lei/scuola/saperi/musica1.htm, acesso em 25/08/2005.

Downloads

Publicado

2019-03-06

Edição

Seção

Artigos Originais