Nietzsche, pensador da história?

Do problema do “sentido histórico” à exigência genealógica

Autores

  • Céline Denat Universidade de Reims (França).

DOI:

https://doi.org/10.34024/cadniet.2008.n24.7795

Palavras-chave:

história, método, genealogia, metafísica, herança, corpo

Resumo

Nietzsche reconsidera a noção de história, não mais como disciplina teórica específica, mas como um modo de pensamento singular, indissociável de determinada maneira de viver, que ele designa como “sentido”, “espírito” ou, ainda, “método” históricos. Com a condição de ser convenientemente repensado e dominado, o “sentido histórico” pode ser visto, então, como uma característica necessária a qualquer filosofia autêntica. O filósofo tem o dever de refletir sobre a história porque, por sua vez, ele deve fazer-se historiador, num novo sentido, mais amplo e radical, a fim de conseguir a superação de qualquer filosofia “metafísica”. E, finalmente, baseado em uma reflexão sobre o sentido e o uso da história, concebida como indissociável de uma história natural, Nietzsche pode começar, enfim, a pensar o método filosófico como método genealógico.

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Publicado

2019-03-06

Edição

Seção

Artigos Originais