Nietzsche e o discurso filosófico

uma “linguagem pessoal”

Autores

  • Miguel Angel de Barrenechea Professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.34024/cadniet.2011.n28.7768

Palavras-chave:

discurso filosófico, linguagem pessoal, Assim falava Zaratustra, O nascimento da tragédia, vontade de potência

Resumo

Neste artigo analiso a proposta nietzschiana de elaboração de uma “linguagem pessoal” que ultrapasse o discurso característico da metafísica ocidental. Após a publicação de O nascimento da tragédia, o filósofo percebe que, nessa sua primeira obra, criticou a tradição filosófica empregando justamente o instrumental lingüístico dessa tradição, permanecendo ainda preso à teia de conceitos que a caracterizam. Posteriormente, através da realização de Assim falou Zaratustra, Nietzsche considera que nessa obra consegue justamente cantar, poetar, apresentando uma linguagem original para transmitir as suas ideias mais pessoais e audaciosas. Assim, para refletir sobre a singularidade da linguagem empregada por Nietzsche, após a publicação do Zaratustra, analisarei especificamente a ideia de vontade de potência, mostrando como essa noção tão relevante em seu pensamento é apresentada de forma não demonstrativa, isto é, de uma maneira metafórica, literária, instaurando uma linguagem artística como um estilo singular no discurso filosófico.

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Publicado

2019-03-06

Edição

Seção

Artigos Originais