Vontade de potência e interpretação como pressupostos de todo processo orgânico

Autores

  • Diego Sánchez Meca Professor da Universidade de Madri (UNED), Madrid, Espanha, e membro do SEDEN (Sociedade espanhola de Estudos sobre Nietzsche).

DOI:

https://doi.org/10.34024/cadniet.2011.n28.7763

Palavras-chave:

vontade de potência, interpretação, conhecimento

Resumo

As leituras que, entre 1881 e 1883, Nietzsche empreende de diversos tratados de ciências naturais, em especial os de teoria celular de Rudolf Virchow, Wilhelm Roux e Claude Bernard, são decisivas para configurar o modo específico e original com que o filósofo compreenderá o mundo como vontade de potência e, por conseqüência, os organismos vivos e o homem. É, pois, no contexto dessas leituras que nasce a concepção hermenêutica da verdade em Nietzsche e o critério de validação das interpretações, a saber: em que medida contribuem para uma intensificação da potência ou, o que é o mesmo, em que medida são capazes de impor-se a outras interpretações e vencê-las. Neste artigo se desenvolve, assim, a ideia de que toda interpretação não é nada além de um sintoma de crescimento ou de decadência, de modo que uma interpretação que favorece o aumento de potência é mais “verdadeira” que as que somente servem para conservar a vida e torná-la suportável. Tal é o contexto para que se compreenda a afirmação nietzschiana de que o conhecimento não passa de um erro útil impossível de transcender em favor “da verdade”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABEL, G. Nietzsche. Die Dynamik der Willen zur Macht und die ewige Wiederkehr. Gruyter: 1998.

AVILA CRESPO, R. Identidad y tragedia. Nietzsche y la fragmentación del sujeto. Barcelona: Crítica, 1999.

AVILA CRESPO, R. Identidad y tragedia. Nietzsche y la fragmentación del sujeto. Barcelona: Crítica, 1999.

BABICH, B. Nietzsche and the Philosophy of Scientific Power: Will to Power as Constructive Interpretation. In: International Studies of Philosophy, n. 22, p. 78-91, 1990.

BARRIOS, M. La voluntad de poder como amor. Madrid: Arena Libros, 2007.

BAUER, M. “Zur Genealogie von Nietzsches Kraftbegriff: Nietzsches Auseinandersetzung mit J. T. Vogt”. In: Nietzsche-Studien, Berlim, Walter de Gruyter, n. 13, p. 221-227, 1984.

BERNARD, C. Leçons sur les phénomenes de la vie communs aux animaux et aux végetaux. Paris: Bailleré, 1878.

HENKE, D. Nietzsches Darwinismuskritik aus der Sicht gegenwärtiger Evolutionsforschung. In: Nietzsche Studien, Berlim, Walter de Gruyter, n.13, p. 189-210.

MITTASCH, A. Friedrich Nietzsche Naturbeflissenheit. Heidelberg: Springer, 1950.

. Nietzsche als Naturphilosoph. Stuttgart: Kröner, 1952.

MÜLLER-LAUTER, W. Nietzsches Lehre vom Willen zur Macht. In: Nietzsche Studien, Berlim, Walter de Gruyter, n.3, p. 1-60, 1974.

MÜLLER-LAUTRER, W. “Der Organismus als innerer Kampf. Der Einfluss von Wilhelm Roux auf Nietzsche”. In: Nietzsche-Studien, Berlim, Walter de Gruyter, n.7, p. 189-235.

NIETZSCHE, F. Sämtliche Werke.Kritische Studienausgabe. Organizada por Giorgio Colli e Mazzino Montinari. München, Berlin/New York: Walter de Gruyter, 1980, 15 v.

. Obras Incompletas. Trad. Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Abril Cultural, 1974 (Col. “Os Pensadores”).

ORCUCCI, A. Dalla biologia cellulare alle scienze dello spirito. Aspetti del dibatitto sull’individualità nell’Ottocento tedesco. Bolonha: Il Mulino, 1992.

ROUX, W. Der Kampf der Theile im Organismus. Ein Beitrag zur Vervollständigung der mechanischen Zweckmässigkeitlehre. Leipzig: Engelmann, 1881.

SALAQUARDA, J. Nietzsche und Lange. In: NietzscheStudien, Berlim, Walter de Gruyter, n.7, p. 230-260.

SÁNCHEZ MECA, D. Nietzsche: La experiencia dionisíaca del mundo. 3. ed. Madrid: Tecnos, 2008.

STACK, G. J. Lange and Nietzsche. Berlim: Gruyter, 1983.

STEGMAIER, W. Darwin, Darwinismus, Nietzsche. Zum Problem der Evolution. In: Nietzsche-Studien, Berlim, Walter de Gruyter, n.16, p. 264-287.

Downloads

Publicado

2019-03-06

Edição

Seção

Artigos Originais