Do idealismo transcendental ao naturalismo

um salto ontológico no tempo a partir de uma fenomenologia da representação

Autores

  • William Mattioli Mestre em filosofia pelas universidades Carolina de Praga, Université de Toulouse le Mirail e Bergische Universität Wuppertal, no quadro do programa Master-Mundus EuroPhilosophie: Philosophies allemande et française dans l’espace européen/ Deutsche und französische Philosophie in Europa.

DOI:

https://doi.org/10.34024/cadniet.2011.n29.7756

Palavras-chave:

tempo, devir, idealismo, realismo, ontologia

Resumo

O presente artigo oferece uma interpretação da noção de tempo em Nietzsche, a partir de um diálogo com a tradição transcendental, que vê o naturalismo presente sobretudo em sua obra intermediária e madura como uma forma moderada de realismo científico fundada no seu abandono da tese kantiana da idealidade transcendental do tempo. Assim, diferentemente de uma interpretação puramente fenomenológica da tese do vir-a-ser, que o considera somente no sentido de um “caos das sensações”, e em oposição a uma interpretação meramente metafórica do mesmo, pretendemos mostrar que há em Nietzsche uma aposta ontológica efetiva em um mundo do vir-a-ser. Um dos pontos centrais deste trabalho será, nesse sentido, tentar justificar essa aposta ontológica a partir de uma análise da compreensão nietzschiana da temporalidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABEL, G. Die Dynamik der Willen zur Macht und die ewige Wiederkehr. Berlin & New York: Walter de Gruyter, 1998.

ALLISON, H. Kants transcendental idealism. An interpretation and defense. New Haven & London: Yale University Press, 1983.

DICKOPP, K-H. “Zum Wandel von Nietzsches Seinsverständnis: African Spir und Gustav Teichmüller”. In: Zeitschrift für philosophische Forschung, 24, 1970.

D‘IORIO, P. “La superstition des philosophes critiques. Nietzsche et Afrikan Spir”. In: Nietzsche-Studien, 22, 1993.

_________ Beiträge zur Quellenforschung. In: NietzscheStudien, 22, 1993.

GREEN, M. S. Nietzsche and the transcendental tradition. Illinois: University of Illinois Press, 2002.

HAN-PILE, B. “Aspectos transcendentais, compromissos ontológicos e elementos naturalistas no pensamento de Nietzsche”. Trad. André Luís Mota Itaparica. In: Cadernos Nietzsche, São Paulo, n.29, GEN, 2011.

HILL, K. “From kantian temporality to Nietzschean naturalism”. In: DRIES, M. (Ed.) Nietzsche on time and history. Berlin & New York: Walter de Gruyter, 2008.

KALB, C. Desintegration. Studien zu Friedrich Nietzsches Leib- und Sprachphilosophie. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2000.

KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

LANGE, F. Geschichte des Materialismus und Kritik seiner Bedeutung in der Gegenwart. Iserlohn: J. Baedeker, 1866.

LIEBMANN, O. Zur Analysis der Wirklichkeit. Philosophische Untersuchungen. Strassburg, 1876.

LOPES, R. Ceticismo e vida contemplativa em Nietzsche. Tese de doutorado. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

MITTASCH, A. Friedrich Nietzsche als Naturphilosoph. Stuttgart: Alfred Kröner Verlag, 1952.

NIETZSCHE, F. Sämtliche Werke. Kritische Studienausgabe (KSA). Berlin: Walter de Gruyter, 1999.

_________ Werke. Kritische Gesamtausgabe (KGW). Berlin & New York: Walter de Gruyter, 1995.

_________ Sämtliche Briefe. Kritische Gesamtausgabe (KGB). Berlin & New York: Walter de Gruyter, 1986.

RICHARDSON, J. “Nietzsche on Time and Becoming”. In: PEARSON, K. A. (Ed.) A Companion to Nietzsche. Oxford: Blackwell Publishing, 2006.

SCHLECHTA, K. & ANDERS, A. Friedrich Nietzsche: von den verborgenen Anfängen seines Philosophierens. Stuttgart-Bad Cannstatt: Friedrich Frommann Verlag, 1962.

SCHNELL, A. En deçà du sujet : Du temps dans la philosophie transcendantale allemande. Paris: PUF, 2010.

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e como representação. Trad. Jair Barbosa. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

SMALL, R. “Nietzsche, Spir, and Time”. In: Journal of the History of Philosophy, 32:1, 1994.

SPIR, A. Denken und Wirklichkeit. Versuch einer Erneuerung der kritischen Philosophie. Leipzig: J. G. Findel, 1873 (1. edição). 2 volumes.

_______ Denken und Wirklichkeit. Versuch einer Erneuerung der kritischen Philosophie. Leipzig: J. G. Findel, 1877 (2. edição). 2 volumes.

STAMBAUGH, J. Untersuchungen zum Problem der Zeit bei Nietzsche. Den Haag, 1959.

STEGMAIER, W. “Zeit der Vorstellung. Nietzsches Vorstellung der Zeit.” In: Zeitschrift für philosophische Forschung, 41, 1987.

STRAWSON, P. The bounds of sense. An essay on Kant‘s Critique of pure reason. London & New York: Routledge, 2006.

WHITLOCK, G. “Roger Boscovich, Benedict de Spinoza and Friedrich Nietzsche: the untold story”. In: Nietzsche-Studien, 25, 1996.

_____________ “Examining Nietzsche’s ‘Time Atom Theory’ Fragment from 1873”. In: Nietzsche-Studien, 26, 1997.

ZITTEL, C. “Wissenschaft”. In: OTTMANN, H. (Ed.) Nietzsche-Handbuch. Leben – Werk – Wirkung. Stuttgart. Weimar: Metzler, 2000.

Downloads

Publicado

2019-03-06

Edição

Seção

Artigos Originais