Soberania em território alheio

comandantes e espiões ibéricos nas fronteiras da América, séculos XVIII e XIX

Autores

Palavras-chave:

espionagem, fronteira, império ibéricos, soberania

Resumo

O artigo aborda a administração da comunicação enquanto constituinte dos impérios europeus ultramarinos em final do século XVIII e início do XIX, tendo por estudo de caso a capitania portuguesa do Rio Grande de São Pedro. Analisa a política de informação portuguesa direcionada ao vice-reino espanhol do rio da Prata, com particular menção à espionagem. O objetivo é demonstrar a existência desse fenômeno como política imperial de Portugal para a América, percebendo limites e possibilidades para a definição de soberania e para planos defensivos e expansionistas. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ADELMAN, Jeremy & ARON, Stephen. From borderlands to borders: Empires, Nation-States, and the Peoples in between in North American history. The American Historical Review, v.104, n. 3, p. 814-841, jun. 1999.
ALENCASTRO, Luiz Felipe. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
AZEVEDO, Francisca Nogueira de. Dom Joaquim Xavier Curado e a política bragantina para as províncias platinas (1800-1808), Topoi, Rio de Janeiro, p. 161-183, dez. 2002.
BASTOS, Carlos Augusto de Castro. No Limiar dos Impérios: projetos, circulações e experiências na fronteira entre a Capitania do Rio Negro e a Província de Maynas (c.1780-c.1820). 2013. 489f. Tese (Doutorado em História Social), São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2013.
BENTON, Lauren, A Search for Sovereignty: Law and Geography in European Empires, 1400-1900. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
BICALHO, Maria Fernanda. A cidade e o império: o Rio de Janeiro no século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
BLUTEAU, Raphael. Império. In: ______. Vocabulario portuguez & latino: aulico, anatomico, architectonico... Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1713. p. 68, v. 4.
BOLTON, Herbert Eugene. La misión como institución de la frontera en el septentrión de Nueva España. In: SOLANO, F. de. BERNABEU, Salvador. (coord.) Estudios (Nuevos y Viejos) sobre la frontera. Madri: CSIC, 1991. p. 45-60.
BONHEMBERGER, Tiago Vinícius. A missão de Joaquim Xavier Curado e a espionagem portuguesa na região platina (1799-1800). 2018. 83f. Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura em História), Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, 2018.
BOXER, Charles R. Portuguese Society in the Tropics. The Municipal Councils of Goa, Macao, Bahia and Luanda, 1510-1800. Madison: The University of Wisconsin Press, 1965.
BRITO, Adilson Júnior Ishihara. Insubordinados sertões: o Império português entre guerras e fronteiras no norte da América do Sul - Estado do Grão-Pará, 1750-1820. 2016. 588f. Tese (Doutorado em História Social), São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2016.
CAMARGO, Fernando. O malón de 1801: a Guerra das laranjas e suas implicações na América Meridional. Passo Fundo: Clio Livros, 2001.
CLEMENTI, Hebe. La frontera en la América. Una clave interpretativa de la Historia Americana. Vol.1. Buenos Aires: Leviatan, 1988.
COMISSOLI, Adriano. Os “homens bons” e a Câmara municipal de Porto Alegre (1767-1808). Porto Alegre: Gráfica da UFRGS, 2008.
COMISSOLI, Adriano. Ajudado por homens que lhe obedecem de boa vontade: considerações sobre laços de confiança entre comandantes e comandados nas forças militares luso-brasileiras mo início do oitocentos. In. ___________; MUGGE, Miquéias H. (orgs.). Homens e armas: recrutamento militar no Brasil, século XIX. São Leopoldo: Oikos, 2011. P. 13-38.
CONCEIÇÃO, Adriana Angelita. No vai e vem das cartas. A arte de governar da política colonial setecentista lusa através da epistolografia. 2006. 161f. Dissertação (Mestrado em História Cultural). Programa de Pós-graduação em História Cultural, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.
CORRÊA, Mariana Milbradt. Fronteira aberta: a construção social do poder de um potentado no Rio Grande de São Pedro (1750-1830). 2017. 191f. Dissertação (Mestrado em História, Poder e Cultura), Programação de Pós-graduação em História, Unviersidade Federal de Santa Maria, 2017.
COSTA, Fernando Dores. Insubmissão: aversão ao serviço militar no Portugal do século XVIII. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2010.
COUTO, Dejanirah. Spying in the Ottoman Empire: Sixteenth Century encrypted Correspondence. In. BETHENCOURT Francisco; EGMOND, Florike (eds.). Cambridge: Cambridge University Press, 2007. p. 274-312.
DARNTON, Robert. Poesia e polícia: redes de comunicação na Paris do século XVIII. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
ESPANHA, António Manuel. Imbecillitas. As bem-aventuranças da inferioridade nas sociedades de Antigo Regime. São Paulo: Annablume, 2010.
FRAGOSO, João Luís; BICALHO, Maria Fernanda & GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs.). O Antigo Regime nos Trópicos: a dinâmica imperial portuguesa (séculos XVI-XVIII), Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2001.
FRAGOSO, João. A nobreza vive em bandos: a economia das melhores famílias da terra do Rio de Janeiro, século XVII. Algumas notas de pesquisa. Tempo, Niterói, n. 15, p. 11-35, jul-dez. 2003.
FRAGOSO, João. Introdução. Monarquia Pluricontinental, repúblicas e dimensões do poder no Antigo Regime nos trópicos: séculos XVI-XVIII. In: FRAGOSO, João; SAMPAIO, Antônio Carlos Jucá de (orgs.). Monarquia Pluricontinental e a governança da terra no ultramar atlântico luso. Rio de Janeiro: Mauad X, 2012. p. 7-19.
FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. Monarquia pluricontinental e repúblicas: algumas reflexões sobre a América lusa nos séculos XVI-XVIII. Tempo, Niterói, v. 14, n. 27, p. 36-50, 2009.
FRAGOSO, João; GUEDES, Roberto. Apresentação. Notas sobre transformações e a consolidação do sistema econômico do Atlântico luso no século XVIII. In. FRAGOSO, João Luís Ribeiro; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs.). O Brasil Colonial. P. 9-57.
GARCIA, Elisa Frühauf. As diversas formas de ser índio: políticas indígenas e políticas indigenistas no extremo sul da América portuguesa. 2007. Tese (Doutorado em História), Programa de Pós-graduação em História, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2007.
GIL, Tiago Luís. Coisas do caminho: tropeiros e seus negócios do Viamão à Sorocaba (1780-1810). 2009. 371f. Tese (Doutorado em História Social), Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em História Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009.
GIL, Tiago Luís. Os Infiéis Transgressores: contrabando e sociedade nos limites Imperiais (Rio Grande e Rio Pardo, 1760-1810). 2003. Dissertação (Mestrado em História Social), Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em História Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2003.
GOMES, José Eudes. As milícias D'El Rey: tropas militares e poder no Ceará setecentista. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.
GREENFIELD, Amy Butler. A perfect red: empire, espionage and the quest for the color of desire. New York: Harper Perennial;, 2006.
GÜRKAN, Emrah Safa. Espionage in the 16th century Mediterranean: Secret Diplomacy, Mediterranean go-betweens and the Ottoman-Habsburg Rivalry. 2012, 480 f. Tese (Doutorado e,m História). School of Arts and Sciences of Georgetown University, Washington D.C., 2012.
HANSEN, João Adolfo. A sátira e o engenho: Gregório de Matos e a Bahia do século XVII. São Paulo, Campinas: Ateliê Editorial, Editorial da Unicamp, 2004.
HERMAN, Michael. Intelligence power in peace and war. New York: Cambridge University Press, 1996.
HERÓDOTO. História. Brasília: Ed. da Universidade de Brasília, 1985.
HERZOG, Tamar. Frontiers of Possession: Spain and Portugal in Europe and the Americas. Cambridge: Harvard University Press, 2015.
HESPANHA, António Manuel. As vésperas do Leviathan. Instituições e poder político. Portugal século XVII. Coimbra: Livraria Almedina, 1994.
HESPANHA, António Manuel. Depois do Leviathan. Almanack Braziliense, São Paulo, nº 5, p. 55-66, Mai. de 2007.
HESPANHA, António Manuel. Fazer um império com palavras. In. XAVIER, Ângela Barreto; SILVA, Cristina Nogueira da (orgs.). O governo dos outros: poder e diferença no império português. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2016. p. 67-100.
IZECKSOHN, Vitor. Ordenanças, tropas de linha e auxiliares: mapeando os espaços militares luso-americanos. In. FRAGOSO, João Luís Ribeiro; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs.). O Brasil Colonial, volume 3 (ca. 1720-ca. 1821). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. p. 483-521.
JESUS, Nauk Maria de. O contrabando na fronteira oeste da América portuguesa no século XVIII História Revista, Goiânia, v. 21, n. 1, p. 48-69, 2016. p. 83. https://doi.org/10.5216/hr.v22i3.52892
JESUS, Nauk Maria de. O governo local na fronteira Oeste: a rivalidade entre Cuiabá e Vila Bela no século XVIII. Dourados: Ed. Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), 2011. FRAGOSO, João; SAMPAIO, Antônio Carlos Jucá de (orgs.). Op. Cit.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto, Ed. PUC-Rio, 2006.
KÜHN, Fábio. Gente da Fronteira: família, sociedade e poder no sul da América Portuguesa – século XVIII. 2006. 479f. Tese (Doutorado em História), Programa de Pós-graduação em História, História da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2006.
MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa a Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.
MELLO, Evaldo Cabral de. A fronda dos mazombos: nobres contra mascates. Pernambuco. 1666-1715. São Paulo: Editora 34, 2003.
MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São aulo: Companhia das Letras, 1994.
MOURA, Denise Aparecida Soares de. Redes associativas e de comunicação entre as câmaras de uma capitania, São Paulo (século XVIII). História Revista, Goiânia, v. 21, n. 1, p. 48-69, 2016. https://doi.org/10.5216/hr.v21i1.37319
NEUMANN, Eduardo Santos. Práticas letradas guarani: produção e usos da escrita indígena (séculos XVII e XVIII). 2005. Tese (Doutorado em História Social), Programa de Pós-graduação em História Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.
PAGDEN, Anthony. Lords of all the world: ideologies of empire in Spain, Britain and France, c.1500-c.1800. New Haven & London: Yale University Press, 1995.
PICCOLI, Andréia Aparecida. Julgar a cada um o que é seu: Justiça e criminosos nos domínios portugueses da Fronteira Platina (1777ca.-1810ca.). 2019. 190f. Dissertação (Mestrado em História Regional). Programa de Pós-graduação em História Regional, Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, 2019.
PRADO, Fabrício. The fringes of empires: recent scholarship on colonial frontiers and borderlands in Latin America. History Compass, v. 10, n. 4, p.318-333, abr. 2012. LANGFUR, Hal. Frontier/Fronteira: a transnational reframing of Brazil’s inland colonization. History Compass, v. 12, n. 11, p. 843–852, nov. 2014.
RESENDE, Maria Leônia Chaves de; LANGFUR, Hal. Minas Gerais indígena: a resistência dos índios nos sertões e nas vilas de El-Rei. Tempo, Niterói, UFF, vol. 12, n. 23. p. 5-22, 2007.
RIBEIRO, Max Roberto Pereira. “A terra natural desta nação guarani": identidade, memória e reprodução social no vale do Jacuí (1750-1801). 2017. Tese (Doutorado em História Latino-Americana), Programa de Pós-graduação em História Latino-americana, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2017.
ROMEIRO, Adriana. Corrupção e poder no Brasil: uma história, séculos XVI a XVIII. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
ROMEIRO, Adriana. Vila Rica em sátiras: produção e circulação de pasquins em Minas Gerais, 1732. Campinas: Editora da Unicamp, 2018.
SALGADO, Graça (coord.). Fiscais e Meirinhos, A Administração no Brasil colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
SANTOS, Nívia Pombo Cirne dos. O palácio de Queluz e o mundo ultramarino> circuitos ilustrados (Portugal, Brasil e Angola, 1796-1803). 2013. 395f. Tese (Doutorado em História Social), Programa de Pós-graduação em História Social Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2013.
SCOTT, Dario. A população do Rio Grande de São Pedro pelos mapas populacionais de 1780 a 1810. Revista brasileira de Estudos de População, Belo Horizonte, v.34, n.3, p.617-633, set-dez. 2017.
SILVEIRA, Marco Antônio. Fama pública: poder e costume nas Minas setecentistas. São Paulo: Hucitec, 2015.
SILVEIRA, Marco Antônio. Guerra e doutrina: a historiografia brasileira e o problema da autoridade colonial. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, Ouro Preto, n. 4, P. 178-233, MAR-2010.
SILVEIRA, Marco Antônio. O universo do indistinto: Estado e sociedade nas minas setecentistas (1735-1808). São Paulo: Hucitec, 1997.
SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
SOLA CASTAÑO, Emilio. Detrás de las apariencias. Información y secreto en el Mediterráneo clásico del siglo XVI. In. _________; VARRIALE, Gennaro (eds.). Detrás de las apariencias: información y espionaje (siglos XVI-XVII). Alcalá de Henares: Universidad de Alcalá/Servicio de Publicaciones, 2015. P.243-272.
SOUZA, Laura de Mello e. O sol e a sombra. Política e administração na América Portuguesa do século XVIII. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
SUNTZU. A arte da guerra. São Paulo: Pé da Letra, 2016.
TILLY, Charles. Coerção, capital e estados europeus: 990-1992. São Paulo: EdUSP, 1996.
TURNER, Frederick Jackson. O significado da fronteira na História americana. In: KNAUSS, Paulo (org.). O Oeste Americano: quatro ensaios de história dos Estados Unidos da América. Niterói: EdUFF, 2004. p. 23-54.
VIVO, Filippo de. Information and communication in Venice: rethinking Early Modern politics. Oxford: Oxford University Press, 2007.
WACHTEL, Nathan. Los vencidos: los indios del Peru frente a conquista española (1530-70). Madrid: Ed. Alianza, 1976.
WHITE, Richard. The Middle Ground: Indians, Empires, and Republics in the Great Lakes region, 1650-1815. New York: Cambridge University Press, 1991.
ZERON, Carlos Alberto de Moura Ribeiro. Linha de Fé: A Companhia de Jesus e a Escravidão no Processo de Formação da Sociedade Colonial (Brasil, Séculos XVI e XVII). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2011.

Downloads

Publicado

2021-04-20

Como Citar

Comissoli, A. (2021). Soberania em território alheio: comandantes e espiões ibéricos nas fronteiras da América, séculos XVIII e XIX. Almanack, (27), 1–54. Recuperado de https://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/article/view/9524

Edição

Seção

Dossiê Fronteiras