A nação contraditada: autobiografias de escravizados e o abolicionismo nos Estados Unidos, século XIX
Palavras-chave:
Nação, escravidão, autobiografiasResumo
A partir de documentos autobiográficos, escritos por mulheres e homens negros escravizados entre fins do século XVIII e ao longo do século XIX, sobretudo no território estadunidense, este artigo propõe uma aproximação aos variados significados da liberdade no interior de sociedades escravistas do mundo atlântico. Para tanto, focaliza os discursos e as ideologias abolicionistas; as ressignificações políticas da ideia de nação; e o papel da fé e da teologia cristã em um contexto de intenso conflito no qual a escravidão, enquanto instituição, ocupava o epicentro do debate. O artigo procura, ainda, ampliar as considerações sobre a vida pública das autoras e autores das autobiografias, já bastante conhecidas em certas culturas historiográficas, embora ainda permaneçam sob o reduzido escrutínio dos historiadores brasileiros. Grande parte dessas pessoas atuou fortemente no movimento abolicionista, realizou congressos e palestras nos Estados Unidos e na Europa, e esteve envolvida nos mais calorosos debates parlamentares da época. Assim, compreender suas trajetórias políticas e públicas é uma forma de compreender também como as intrincadas relações entre brancos e negros competiam e se filiavam no processo de construção da nação estadunidense; bem como a atuação de escravizados no contexto de desagregação do sistema escravista e suas lutas pela consolidação da condição de liberdade.
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