O povo nas ruas

culturas, disputas e alianças políticas em Pernambuco (1820-1822)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/2236-463330ed00322

Palavras-chave:

Revolução do Porto; cultura política; Pernambuco, Independência do Brasil

Resumo

O artigo analisa o cenário da província de Pernambuco entre 1820 e 1822, observando o comportamento da população durante os acirramentos políticos ocorridos no período. decorrentes da revolução constitucionalista do Porto causaram espanto e falatório. Em 1820 e 1821 a luta dos liberais foi para afastar Luís do Rego Barreto do governo da província e implantar um governo de Junta Provisória, como havia ocorrido em Portugal durante a revolução. Em 1822 os embates deram-se entre a Junta e os dois principais Para as pessoas nascidas e criadas em uma sociedade de Antigo Regime, as novidades centros de poderes: o Rio de Janeiro, sede da regência, e Lisboa, sede das cortes. As matérias da imprensa sobre eles geravam boatos em vários locais e manifestações de rua. Dessas sublevações tomavam parte não apenas as elites, mas os populares e escravizados que marchavam gritando palavras de ordem e cantando versos de natureza política. Dessa maneira, demonstraram que as massas não estavam totalmente excluídas e que participavam do cenário político da época da Independência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ALEXANDRE, Valentim. Os sentidos do Império: Questão nacional e questão colonial na crise do Antigo Regime português. Porto: Editora Afrontamento, 1993.
AMARAL, Francisco Pacífico do. Escavações: fatos da história de Pernambuco. 2ª ed. Recife: Arquivo Público Estadual, 1974.
ARAÚJO, Ana Cristina Bartolomeu de. O “Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves” 1825-1822. Revista de história das Ideias, Coimbra, Universidade de Coimbra/Faculdade de Letras, n. 14, 1992, p. 233-26.
BARRETO, Luiz do Rego. Memória Justificativa sobre a conduta do Marechal de Campo Luiz do Rego Barreto durante o tempo em que foi Governador de Pernambuco. Lisboa: Typ de D. Marques Leão, 1822.
BEBIANO, Rui. Organização e papel do Exército. In: TORGAL, Luís Reis; ROQUE, João Lourenço (org.). História de Portugal. O Liberalismo (1807-1890). Lisboa: Editorial Presença, 1998, v. 5.
BERBEL, Márcia Regina. A retórica da recolonização. JANCSÓ, István (org.) Independência: história e historiografia. São Paulo: Editora Hucitec, 2005, p. 792-793.
BERNARDES, Denis Antônio de Mendonça. O patriotismo constitucional: Pernambuco, 1820-1822. São Paulo: Hucitec, 2006.
CABRAL, Flavio José Gomes. Conversas reservadas: “vozes públicas”, conflitos políticos e rebeliões em Pernambuco no tempo da Independência do Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2013.
CABRAL, Flavio José Gomes. Paraíso Terreal: a rebelião sebastianista na Serra do Rodeador. Pernambuco, 1820. São Paulo: Annablume, 2004.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Legislação. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret_sn/anterioresa1824/decreto-38926-16-fevereiro-1822-568227-publicacaooriginal-91623-pe.html Acesso em> 25.03.2021.
CARVALHO, Marcus J.M. Cavalcantis e cavalgados: a formação das alianças políticas em Pernambuco, 1817-1824. Revista Brasileira de História, v. 18, n. 36, S. Paulo, 1998. Disponível em https://doi.org/10.1590/S0102-01881998000200014 Acesso em 25.03.2021.
CARVALHO, Marcus J.M.de. Negros armados por brancos e suas independências no Nordeste (1817-1848). In: In: JANCSÓ, István (org.). Independência: História e historiografia. São Paulo: Hucitec, 2005.
COSTA, Hipólito da. Correio Braziliense ou Armazém Literário. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2002, vol.. XXVII.
COSTA, Hipólito da. Correio Braziliense ou Armazém Literário. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2002, v. XXIX.
DARTON, Robert. Uma precoce sociedade da informação: as notícias e a mídia em Paris do século XVIII, Varia História, Belo Horizonte, n. 25, p. 9-51, jul. 2001 (p. 42).
FARGE, Arlette. Dire et mal dire: l’opinion publique au XVIIIe siècle. Paris: Seuil, 1992.
LIMA, Manuel de Oliveira. O movimento da Independência: 1821-1822. Belo Horizonte: Itatiaia, 1989.
Lustosa, Isabel. Insultos impressos: A guerra dos jornalistas na Independência (1821-1823). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
MELLO, Antonio Joaquim de. Biographia de José da Natividade Saldanha. Recife: Typographia de Manoel Figueiroa Faria & Filho, 1875.
MELLO, Evaldo Cabral de. A outra independência: o federalismo pernambucano de 1817 a 1824. São Paulo: Editora 34, 2004.
NEVES, Guilherme Ferreira das. Del imperio lusobrasileñoal imperio del Brasil (1789-1822). In: ANINO, Antonio; GUERRA, François-Xavier (orgs.). Inventandola nación iberoamérica, siglo XIX. México: Fondo de Cultura Económica, 2003.
NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das. Corcundas e constitucionais: a cultura política da Independência (1820-1822). Rio de janeiro: Revan: FAPERJ, 2003.
PERNAMBUCO, Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. Atas do Conselho do Governo de Pernambuco (1821-1834). Recife: Assembleia Legislativa de Pernambuco; CEPE, 1997.
PIMENTA, João Paulo Pimenta. A independência do Brasil e a experiência Hispano-americana (1808-1822). São Paulo: Hucitec Editora, 2015.
PROENÇA, Maria Cândida. A independência do Brasil: relações externas portuguesas, 1808-1825. Lisboa: Livros Horizonte, 1987.
RAMIRIS, Mário Fernandes. Tipografias e tipógrafos em Pernambuco, 1815-1824, Clio: Revista de Pesquisa Histórica, n 35, p. 136-153, 2017. DOI: https://doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2017.35.1.al.07
SOUZA, Iara Lis Franco Schiavinatto Carvalho. Pátria coroada: o Brasil como corpo político autônomo (1780-1831). São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999.
TENGARRINHA, José. Prefácio. In: TOMÁS, Manuel Fernandes. A Revolução de 1820. 2ª ed. Lisboa: Editorial Caminho, 1982.
VARGUES, Isabel Nobre. A aprendizagem da cidadania em Portugal (1820-1823). Coimbra: Minerva, 1997.
VARNHAGEN, Francisco Adolfo. História da Independência do Brasil. Rio de Janeiro: RIHGB, 19[38].

Downloads

Publicado

2022-04-10

Como Citar

Gomes Cabral, F. J. (2022). O povo nas ruas: culturas, disputas e alianças políticas em Pernambuco (1820-1822). Almanack, (30). https://doi.org/10.1590/2236-463330ed00322

Edição

Seção

Dossiê: Liberalismo, constitucionalismo e parlamento: a Revolução do Porto de 1820