O Café de Neuville
sociabilidade, política e infração no comércio do Rio de Janeiro (1833 - 1841)
DOI:
https://doi.org/10.1590/2236-463328ea00220Palavras-chave:
comércio; política; disciplina.Resumo
Em 1833, a capital do Império brasileiro era palco de rivalidades políticas e insatisfações sociais. Nesse ínterim, o governo regencial enfrentava a oposição, liderada pela facção caramuru, em protestos de rua pela cidade. No período da reação política, o movimento regressista passou a defender uma pauta de reformas que ensejaram uma série de transformações nos espaços de circulação e, consequentemente, na vida do citadino. Nesse sentido, sob a bandeira da restauração da ordem e da tranquilidade pública, os novos códigos legais versavam sobre a disciplina e a normatização das condutas. O projeto civilizador para a capital do país pressupunha transformar a “cidade de tumultos” em uma cidade ordeira e moderna. Localizado no tradicional Largo do Paço (atual Praça XV de Novembro), o Café Neuville testemunhou os acontecimentos que marcaram a cidade do Rio de Janeiro entre as décadas de 1830 e 1840. O estabelecimento promovia eventos e ficou conhecido como o lugar do primeiro baile de Carnaval da cidade, mas também transitou na fronteira entre o lícito e o ilícito, abrigando a prática de jogos proibidos. A história desse famoso café se imbrica com a do seu proprietário, Jeant Geant Neuville, um comerciante estrangeiro de naturalidade indefinida (francês ou belga?) e práticas suspeitas.
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