Os Tempos da independência

: entre a história disciplinar e a história como serviço

Autores

  • Rodrigo Turin UNIRIO

Palavras-chave:

independência, historiografia, temporalidade

Resumo

O ensaio se propõe a pensar o arco temporal que vincula o evento da Independência com a disciplina histórica, em seus diferentes momentos. A questão central que se busca explorar é o emergente conflito entre duas modalidades distintas de representação histórica, uma herdada do horizonte conceitual da Independência, outra formulada dentro de uma nova rede semântica socioeconômica. Por meio da análise de um caso específico, representado pela empresa Brasil Paralelo, busca-se uma compreensão do modo de funcionamento dessa nova modalidade de representação histórica, denominada aqui de “história como serviço”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Referências bibliográficas
ADORNO, Theodor. Estudos sobre a personalidade autoritária. São Paulo: Editora da Unesp, 2019, p. 263.
AGAMBEN, Giorgio. Notas sobre a política, In: Meios sem fim. Notas sobre a política. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
ALTERMAN, Eric. The decline of historical thinking, The New Yorker, 4 de Fevereiro de 2019.
AVILA, Arthur; NICOLAZZI, Fernando; TURIN, Rodrigo (orgs). A história (in)disciplinada. Teoria, ensino e difusão do conhecimento histórico. Vitória, Milfontes, 2019.
AVILA, Arthur de Lima. Qual passado usar? A historiografia diante dos negacionismos (artigo). In: Café História. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/negacionismo-historico-historiografia/‎. Publicado em: 29 abr. 2019.
ARAUJO, Valdei Lopes de, José da Silva Lisboa e as narrativas da emancipação, In: PROTÀSIO, Daniel Estudante. Historiografia, Cultura e Política na Época do Visconde de Santarém (1791-1856), Lisboa: Centro de História da Universidade de Lisboa, 2019.
AZOULAY, Ariella Aïsha, Potencial History. Unlearning imperialism. New York, Verso, 2020.
BASCHET, Jerôme. Défaire la tyrannie du présent. Temporalités émergentes et futurs inédits, Paris : La Découverte, 2018.
BORGES, Helena. Conheça os bilionários convidados para reformar a educação brasileira de acordo com a sua ideologia, The Intercepet, 4 de Novembro de 2016.
BOUTON, Christophe. Le temps de l'urgence, Lormont : Le Bord de l'eau, 2013.
BROCKLING, Ulrich. El self empreendedor. Santiago: Ediciones Universidad Alberto Hurtado, 2015.
BROWN, Wendy. Nas ruínas do neoliberalismo. A ascensão da política antidemocrática no ocidente. São Paulo: Politeia, 2019.
BRUNO, Isabelle ; CLÉMENT, Pierre ; LAVAL, Christian. La Grande mutation: Néolibéralisme et éducation en Europe. Paris: Syllepse, 2010.
CARDON, Dominique. À quoi rêvent les algorithmes. Nos vies à l’heure des big data. Paris, Seuil, 2015
CHAKRABARTY, Dipesh. The dead of history. Historical consciouness and the culture of late capitalism, Public Culture, vol. 4, n. 2, pp. 47-65, 1992.
COSTA, Wilma Peres. A independência na historiografia brasileira, In: JANCSÒ, István (org.). A independência brasileira: história e historiografia. São Paulo: Hucitec, 2005.
DARDOT, Pierre ; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo. Ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DOUGLASS, Frederick, O significado do 4 de julho para o negro, Civitas, Porto Alegre, v. 17, n. 2, pp. 27-59, maio-ago. 2017.
FRASER, Nancy; JAEGGI, Rahel. Capistalismo em debate. Uma conversa na teoria crítica. São Paulo: Boitempo, 2020.
GAIO, Géssica Góes Guimarães; SOUSA, Francisco Gouvea de. Desmonte ou reconstrução da universidade? Entre o capital e a democratização, Hydra, vol. 4, n. 7, pp. 104-131, 2019.
GARCIA, Sandrine, L’Europe du savoir contre l’Europe des banques ? La construction de l’espace européen de l’enseignement supérieur, Actes de la recherche en sciences sociales, n° 166-167, mars 2007.
GEISELBERGER, Heinrich (org.). L’âge de la regression. Paris, Gallimard 2017.
GROOT, Jerome de. Consuming History: Historians and Heritage in Contemporary Popular Culture. Londres : Routledge, 2019.
GUIMARÃES, Manoel L. Salgado. Uma história da história nacional: textos de fundação. In: LIMA, Ivana Stolze; CARMO, Laura do (orgs.). História social da língua nacional. Rio de Janeiro: Casa Rui Barbosa, 2008.
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
HASSAN, Robert. Empires of speed. Time and acceleration of politics and society. Leiden, Brill, 2009.
HARVEY, David. O neoliberalismo. História e implicações. São Paulo: Loyola, 2014.
JANCSÓ, István; PIMENTA, João Paulo Garrido. Peças de um mosaico (ou apontamentos para o estudo da emergência da identidade nacional brasileira). In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000). Formação: histórias, 2. ed. São Paulo: SENAC, 2000.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: PUC/Contraponto, 2006.
KRENAK, Ailton. "O eterno retorno do encontro", In: Novaes, Adauto (org.), A Outra Margem do Ocidente, Minc-Funarte/Companhia Das Letras, 1999.
MALERBA, Jurandir. Esboço crítico da recente historiografia sobre a independência do Brasil (c.1980-2002), In: MALERBA, J. (org.). A Independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
MARKO, Katia; CORBARI, Marcos (orgs). Independência em risco. Candiota: Instituto cultural Padre Josino, 2019.
MARTIN, Randy. Financialization of daily live. Philadelphia: Temple University Press, 2002.
MARX, Karl. O 18 de brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo, 2011.
MILLOT, Pierre, La reconfiguration des universités selon l’OCDE, Actes de la recherche en sciences sociales, n° 148, 2003.
MOREL, Marcos. As transformações dos espaços públicos: imprensa, atores políticos e sociabilidades na cidade imperial, 1820-1840. São Paulo: Hucitec, 2005.
MOROZOV, Eugeny. Le mirage numérique. Pour une politique du big data. Le mirage numérique. Paris: Prairies ordinaires, 2015.
NEVES, Lucia M. Bastos Pereira das, A linguagem política da Independência: Brasil, 1821-1823, Pasado Abierto. Mar del Plata, Nº4 Julio-Diciembre 2016.
NICODEMO, Thiago Lima; SANTOS, Pero Afonso Cristovão dos; PEREIRA, Mateus Henrique de Faria. Uma introdução à história da historiografia brasileira (1870-1970). Rio de Janeiro: FGV, 2018.
NICOLAZZI, Fernando. O Brasil Paralelo entre o passado histórico e a picanha de papelão. Porto Alegre, Sul 21, 7 de abril de 2019.
PIMENTA, João Paulo et al. A Independência e uma cultura de história no Brasil. Almanack, São Paulo, n. 8, p. 5-36, nov. 2014.
PIMENTA, João Paulo Garrido. 2010. “De Raynal a De Pradt: Apontamentos para o Estudo da Idéia de Emancipação na América e Sua Leitura no Brasil (1808-1822).”, Almanack Braziliense. São Paulo, n°11, mai. 2010.
PIMENTA, João Paulo G. A independência do Brasil como uma revolução: história e atualidade de um tema clássico, História da historiografia, Ouro Preto, número 03, 2009.
PIMENTA, João Paulo. A independência do Brasil. Um balanço da produção historiográfica recente. In: CHUST, M. & SERRANO, J. A. (eds.). Debates sobre las independencias iberoamericanas. Madrid/Frankfurt, Iberoamericana, 2007.
ROBERTSON, Susan L. A criação de mercados educacionais por meio de acordos comerciais globais, In: DINIZ, Júlio Cesar Valladão; SCHOLLHAMMER, Kaerl Erick (orgs). Humanidades em questão. Abordagens e discussões. Rio de Janeiro: Editora Puc-Rio, 2018.
RYCHEN, D. S.; SALGANIK, L. H.(orgs). Key Competencies for a Successful Life and a Well-Functioning Society. Cambridge: Hogrefe Publishing, 2003.
ROUVROY, Antoinette ; BERNS, Thomas, Gouvernementalité algorithmique et perspectives d'émancipation. Le disparate comme condition d'individuation par la relation ?, Réseaux, 2013/1 (n° 177).
SEBASTIÁN, Javier Fernández. (org.). Conceptos politicos, tiempo e historia. Santander, Editorial de la Universidad Cantabria, 2013.
SEBASTIÁN, Javier Fernández (dir.). Diccionario Político y Social del Mundo Iberoamericano. Madrid: Ministerio de Cultura, 2009.
SETH, Sanjay. Razão ou raciocínio? Clio ou Shiva?, História da historiografia, Ouro Preto, n. 11. Abril 2013.
STRATHERN, Marilyn (org). Audit culture. Anthropological studies in accountability, ethics and academy. London: Routledge, 2004.
TURIN, Rodrigo. Tessituras do tempo: discurso etnográfico e historicidade no Brasil oitocentista. Rio de Janeiro: EdUerj, 2013.
TURIN, Rodrigo. Tempos precários: historicidade, aceleração e semântica neoliberal. Dansk: Zazie Edições, 2019.
ZUBBOFF, Shoshana. Big Other: capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização de informação, In: BRUNO, Fernanda; CARDOSO, Bruno; GUILHON, Luciana; MELGAÇO, Lucas (orgs). Tecnopolíticas da vigilância. Perspectivas da margem. São Paulo: Boitempo, 2018.

Downloads

Publicado

2020-10-12

Como Citar

Turin, R. (2020). Os Tempos da independência: : entre a história disciplinar e a história como serviço. Almanack, 1(25), 1–39. Recuperado de https://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/article/view/10515

Edição

Seção

Fórum